Eventual recessão no Japão terá impacto reduzido na Europa

A economia japonesa pode ter entrado em recessão, mas os economistas ouvidos desvalorizam a importância dessa economia na cena internacional e as suas consequências para a Europa.

O governo japonês admitiu esta sexta-feira que a economia japonesa, a segunda maior do mundo, está a enfraquecer pela primeira vez desde Maio de 2001, altura em que o país estava em recessão, diz a «Lusa».

O director e macroeconomista do gabinete governamental Fumihira Nishizaki admitiu também que «a economia japonesa pode estar em recessão», numa altura em que «a actividade económica mantém-se fraca», prejudicada pelo abrandamento dos EUA, que afectam as exportações e a produção industrial nipónica.

A verificar-se este cenário de recessão (que no Japão se refere apenas a um trimestre de queda do PIB), os economistas-chefes do BPI e do Santander disseram à «Lusa» que não terá impactos significativos na Europa.

«As relações comerciais com a Europa são muito reduzidas», afirmou Rui Constantino, do Banco Santander.

Além disso, o Japão tem vindo nos últimos anos a perder importância no comércio mundial, a favor das economias emergentes e mesmo muitas das suas relações com os EUA foram deslocalizadas para a China, acrescentou o mesmo economista.

Já Cristina Casalinho, do BPI, lembra que o primeiro trimestre deste ano foi «muito forte» no Japão pelo que a recessão pode ser só uma correcção, numa economia em que os dados são «muito voláteis».

Segundo a economista, o Japão é muito dependente do sector externo, pelo que o abrandamento económico mundial está a penalizá-lo.