«A Ryanair é como um veneno»

O presidente da Aer Lingus, que conseguiu retirar a companhia do vermelho, diz que a presença da Ryanair na estrutura accionista da empresa é como um veneno, que a impede de se aproximar de outras transportadoras.

Há quatro anos que a empresa tem o inimigo dentro de casa. A Ryanair, maior companhia aérea de baixo custo da Europa, controla 30% do seu capital, uma presença que mina a sua relação com as outras empresas do sector e que a impede de participar do movimento de concentração que se faz sentir na Europa, confessa o administrador, Christoph Mueller, citado pelo «Expansión».

Há pequenas companhias europeias que querem falar connosco para cooperar em algumas rotas, mas estão muito assustadas pela presença da Ryanair», acrescenta. Com a Ryanair na estrutura accionista, a Aer Lingus torna-se pouco atractiva para operações corporativas. «A Ryanair é quase como um veneno».

Pior: a Ryanair é a maior rival da Aer Lingus. Concorrem directamente em 85% das rotas. «Temos de ser muito cuidadosos para oferecer as tarifas mais baixas, o que significa reduzir os custos ao máximo e assim bater a Ryanair», explica Mueller.

O gestor diz que é possível vencer a Ryanair. Os preços da Aer Lingus são apenas 10 ou 20 euros mais caros que os da rival, uma diferença que o cliente pode pagar a troco de outros serviços, como escolher os lugares que quer ou o cartão de pontos. «Há muitas coisas que nos fazem diferentes da Ryanair», diz.

A participação que a Ryanair detém na concorrente está a ser estudada pela autoridade britânica para a concorrência (Office of Fair Trading) para apurar se esta posição está a prejudicar a companhia. Por lei, a Ryanair não pode ter lugar na administração da empresa.