Este vai ser o pior Natal dos últimos 32 anos - TVI

Este vai ser o pior Natal dos últimos 32 anos

Natal (arquivo)

Austeridade começa oficialmente no final do ano. A partir de agora é que vai ser a doer

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O Natal que se avizinha vai trazer poucas razões para celebração. Espera-se que seja o pior Natal desde que existem registos, desde 1979, ou seja, dos últimos 32 anos. A culpa é do empobrecimento mais rápido e violento de que há memória para os portugueses, escreve o «Jornal de Notícias».

A julgar pelo andamento da economia até Setembro deste ano, e pelas previsões para o conjunto do ano (Governo e Comissão Europeia apontam para uma contracção de 1,9%), a economia nacional terá de encolher entre 4,3 e 4,5% nos últimos três meses de 2011. Se a recessão for mais leve (alguns gabinetes de estudos apontam para 1,6%), a quebra no último trimestre deverá rondar os 3 a 3,3%.

Seja qual dos cenários for, este será o pior trimestre natalício desde que há registos e serão as famílias, por via de cortes a fundo no consumo, motivados pela nova taxa sobre os subsídios de Natal deste ano e pela falta de crédito bancário, que vão pagar a maior parte do ajustamento. O consumo das famílias vale cerca de 60% da riqueza total da economia.

Segundo os economistas, será agora, no Natal, época em que muitas famílias abriam cordões à bolsa por causa do 14º mês, que começará oficialmente a austeridade. «Penso que a desaceleração a que assistimos até agora teve mais a ver com o problema do crédito bancário. Mas será a partir de agora, em especial do Natal, que as pessoas começam a reagir à austeridade», disse Filipe Garcia, da IMF. «A classe média vai receber menos dinheiro por causa da sobretaxa do subsídio de Natal e o facto de haver há algum tempo uma enorme retracção na concessão de crédito também é determinante para que haja menos consumo».

Paula Carvalho, economista do BPI, diz que «o que tem sustentado a actividade até agora têm sido as exportações e mesmo isso está em dúvida por causa do arrefecimento da economia global». E conclui: «As contas do último trimestre já vão reflectir os cortes no rendimento salarial que provocam um impacto quase directo no consumo».
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