Famílias vão gastar mais 900 euros por ano - TVI

Famílias vão gastar mais 900 euros por ano

Dinheiro, Contas

Bens essenciais pesam quase 80% no orçamento de uma família da classe média

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O custo de vida vai pesar ainda mais sobre as carteiras das famílias portuguesas em 2011. Com a escalada já esperada nos preços dos bens essenciais são mais 900 euros que teremos de desembolsar, para além do até agora habitual orçamento familiar para o prazo de um ano.

As contas foram feitas pela DECO - Associação de Defesa do Consumidor, pegando nos aumentos já anunciados, como a electricidade, o gás ou os tarifários dos telemóveis, e também aqueles que são previsíveis - como por exemplo um acréscimo de 12% no preço do pão. De qualquer modo, os cálculos não têm em conta as despesas com o crédito à habitação. Mas também estas vão agravar-se com o mais que aguardado aumento das taxas de juro. Quer isto dizer que os gastos das famílias serão, na realidade, ainda maiores.

A verdade é que só os bens essenciais pesam quase 80% no orçamento de um agregado deste tipo.

A factura ao pormenor

A família que serviu de exemplo para esta análise é a de um casal da classe média com dois filhos. Uma família sem grandes luxos, mas com acesso a algumas necessidades como a Internet. Uma família que vive em Lisboa e viaja apenas uma vez por ano até ao Norte do país e uma outra ao Algarve, sentindo irremediavelmente na pele o aumento dos preços dos combustíveis (o barril de petróleo já está quase a tocar os 100 dólares) e o encarecimento das portagens.

Note-se que, do acréscimo de 900 euros ao orçamento familiar, 600 euros dizem respeito só ao que se gasta com electricidade, gás, telemóveis, triple play... Mas ao incluirmos o aumento dos preços nos bens alimentares e despesas com propinas, por exemplo, a conta sobe mais 300 euros.

«Se olharmos para as facturas mensais da electricidade, por exemplo, uma família que gastava em média 45 euros, vai passar a pagar mais 30 euros por ano», disse à Agência Financeira Rita Pinho Rodrigues, da DECO.

Um outro exemplo bastante revelador: o pequeno-almoço, que é uma refeição simples e essencial em qualquer família. «Um copo de leite e pão para os pais e cereais para os dois filhos vai representar um gasto de mais 20 euros por ano para a família», tendo em conta o aumento do IVA e da inflação esperada pelo Governo (2,2%).

«É preciso poupar já a partir de hoje»

Rita Pinho Rodrigues quis sublinhar que «este cálculo não pretende ser alarmista. Há alguns aumentos que ainda não estão decididos e, para além disso, o impacto do IVA, por exemplo, pode não ser sentido de imediato para algumas famílias, uma vez que as grandes superfícies dizem que vão suportar, pelo menos por agora, a subida de 21% para 23% do imposto».

Mas a verdade é que a conjuntura impõe um maior aperto do cinto e uma inevitável alteração de comportamentos. «É preciso poupar já a partir de hoje. O primeiro passo, para quem não fez até agora uma gestão correcta do orçamento familiar é começar a fazê-lo, consultando, por exemplo, o nosso simulador», presente no site www.deco.proteste.pt.

O importante é que «toda a família se sente à volta da mesa e faça uma reflexão sobre os rendimentos e despesas que tem ao final do mês». A partir daí, há algumas estratégias simples que podem representar uma poupança valiosa ao fim de um ano: não deixar as luzes ligadas sem necessidade, colocar redutores de caudal para gastar menos água... No fundo, distinguir o essencial do acessório.

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