Há famílias portuguesas a dividir casas arrendadas - TVI

Há famílias portuguesas a dividir casas arrendadas

Habitação

Alerta é da associação do setor. «Muitos não assumem divisão da casa por terem vergonha»

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O presidente da Associação dos Profissionais de Empresas de Mediação Imobiliárias (APEMIP) disse esta quinta-feira que há famílias portuguesas a partilhar casas arrendadas em Lisboa e no Porto, que nem o admitem por vergonha.

«Tem surgido um fenómeno que nos surpreendeu. Há famílias a dividir casas, cada uma fica com um quarto», relatou Luís Lima. Essa situação tem-se registado em Lisboa e no Porto e as pessoas, ao fazerem o contrato, não assumem a divisão da casa «por terem vergonha».

A situação é justificada por Luís Lima por a procura estar a aumentar e a oferta se manter no mercado de arrendamento, fazendo com que os preços não baixem: «Num inquérito da APEMIP, as pessoas admitiam estar a pagar pela casa muito acima daquilo que deviam, mas não têm outra hipótese», disse à Lusa.

Outro «fenómeno com cerca de um ano» são jovens a casar e a continuar em casa dos pais perante a falta de dinheiro para se mudarem.

Para o presidente da associação, deveriam existir medidas excecionais como juntar fundos de desemprego a apoios para a habitação e não aumentar impostos, por exemplo, para imóveis devolutos.

No dia em que decorre a conferência «Reabilitação Urbana e Arrendamento: oportunidades do novo regime jurídico», promovida pela APEMIP em Lisboa, Luís Lima lamentou o atraso na aprovação do novo quadro legal para estas áreas.

«A cada dia que passa há empresas que fecham e mais pessoas no desemprego no setor do imobiliário. Se tinha previsto uma situação de pré-colapso, agora já passou para colapso», garantiu o responsável da APEMIP.

Para a nova lei ter sucesso, Luís Lima referiu duas medidas essenciais: garantir o rápido despejo de inquilinos incumpridores e a existência de uma taxa liberatória.

Lembrando a previsão de um despejo célere nas propostas de reforma da lei do arrendamento urbano, o responsável referiu dar «o benefício da dúvida», defendendo que após um ano se devem avaliar os efeitos com vista a possíveis ajustamentos.

Acerca da taxa liberatória, percentagem tributada em sede do IRS, Luís Lima admite a hipótese avançada de igualar os rendimentos no setor imobiliário aos financeiros: 25%.

No entanto, afirmou, idealmente a nível do imobiliário deveria ser «50% abaixo do valor tributado» nos rendimentos financeiros.
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