Hipers: CGTP acusa Governo de «troca de favores» - TVI

Hipers: CGTP acusa Governo de «troca de favores»

CGTP-IN

Carvalho da Silva critica Executivo por ter aprovado «às escondidas e de surpresa» a liberalização dos horários das grandes superfícies

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, criticou esta terça-feira Governo por ter aprovado «às escondidas e de surpresa» a liberalização dos horários das grandes superfícies numa «troca de favores e num jogo entre o poder económico e político».

«Este é um caldo e uma situação de promiscuidade entre o poder político e o poder económico que cheira profundamente a circulação de favores e de interesses», disse o líder a CGTP numa conferência de imprensa em Lisboa.

Carvalho da Silva referiu também que aproximadamente «dois terços das grandes superfícies que passarão a poder alargar os seus horários às tardes de domingo e feriados fazem parte do grupo Sonae» e apenas alguns pertencem aos grupos Auchan e Jerónimo Martins.

Questionado sobre se o Governo estaria a favorecer o grupo de Belmiro de Azevedo, o dirigente sindical respondeu: «Cada um tira as ilações que quiser».

A CGPT está preocupada com o facto de as grandes superfícies tentarem novamente flexibilizar a regulamentação dos horários, alargando-os até 60 horas semanais, relembrando que no final de 2009 foi apresentada uma proposta neste sentido, a qual acabou por ser retirada depois da ameaça de greve durante o período do Natal.

O dirigente sindical considerou que o Governo tem apresentado uma posição de falta de frontalidade, uma vez que o ministro da Economia, na véspera da aprovação do diploma em Conselho de Ministros, na reunião do Conselho Permanente da Concertação Social, «esquivou-se a responder aos parceiros sociais sobre este assunto».

Sobre a alegada criação de emprego com o alargamento dos horários de abertura das grandes superfícies, Carvalho da Silva sustentou que «haverá uma transferência de vendas, dos modelos que estavam abertos para os modelos que fechavam nas tardes de domingo e feriados, que são muito mais atractivos e isso vai repercutir-se numa quebra das vendas em alguns formatos, incluindo nos formatos de supermercados até 2 mil metros quadrados».

No fundo, o que vai ocorrer «é mais desemprego».
Continue a ler esta notícia