Sintra e Amadora contra portagens no IC19 - TVI

Sintra e Amadora contra portagens no IC19

IC19

Autarcas prometem apoiar residentes nos protestos contra a ideia

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Os autarcas de Sintra e Amadora rejeitam a possibilidade de serem introduzidas portagens no IC19, considerando que não existem alternativas viáveis a este acesso a Lisboa.

O «Jornal de Negócios» noticiou que a Estradas de Portugal (EP) admite a instalação de portagens em todos os troços de auto-estrada do país que não são pagos, entre os quais se incluem os itinerários complementares (IC) e os itinerários principais (IP), entre eles o IC19 que liga Sintra e a capital portuguesa.

Para o presidente da autarquia da Amadora, o socialista Joaquim Raposo, esta possibilidade «não tem grande sentido», mas a ser verdade provocaria o caos no trânsito local da Amadora, uma vez que os condutores procurariam alternativas à via paga.

«Parece-me um verdadeiro disparate. Se querem acabar com a classe média baixa em Portugal esse seria o caminho», disse o autarca à agência Lusa, adiantando que este assunto «é tão disparatado» que só avançará «se houver outros interesses por trás, como a privatização da Linha de Sintra», que irá ter aumentar o número de utentes se esta solução for avante.

O presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara (PSD), recusou-se a fazer «comentários a estudos de empresas públicas».

Dois dos presidentes de Juntas de Freguesia do concelho de Sintra também disseram que este seria um esforço difícil de tolerar por parte da população.

«Eu não aceitarei essa medida. Não há uma única alternativa ao IC19 a não ser a já portajada A16. Ficaríamos encurralados sem alternativa no acesso a Lisboa, iria afectar os moradores e o sector empresarial iria ficar estrangulado», considerou Manuel do Cabo, presidente da junta de Algueirão-Mem Martins, freguesia que se encontra a vinte quilómetros da capital.

Para o social-democrata Filipe Santos, autarca de Rio de Mouro, «a população nunca iria aceitar» esta medida, muito menos depois dos aumentos, alguns deles na ordem dos 25%, nas tarifas dos transportes públicos.

«O IC19 não sofre uma manutenção suficiente para se exigir a colocação de portagens. Estarei do lado da população pois já tenho a freguesia dividida ao meio pelo IC19, e a única forma de se deslocarem cá dentro é precisamente através dessa via», disse.

A socialista Fátima Campos, autarca de Monte Abraão (cidade de Queluz), considera que os responsáveis da EP «só podem estar loucos para ponderarem a colocação de portagens» no IC19.

«Não há alternativa. Tudo farei com a minha população para impedir isso. Era só o que faltava. Estou chocada e nunca imaginei que ponderassem isso», disse.

Também o autarca de Massamá, localidade onde reside o actual primeiro-ministro, contesta esta medida, considerando que seria «a machada final» na situação de muitas famílias residentes no concelho de Sintra.

«É evidente que seria sempre um financiamento garantido dada a quantidade de viaturas que circulam diariamente no IC19. É impensável, estarei sempre ao lado da população na contestação a essa ideia», disse Pedro Matias (PSD/CDS).
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