Empreendedorismo: a «febre» de ideias que contagiou 9 amigos (IV) - TVI

Empreendedorismo: a «febre» de ideias que contagiou 9 amigos (IV)

Bainha de Copas, Aladina, Estado d'Graça, O Meu Monstrinho, Be With Me, Estúdio Fera, Eva Maria e Wallphabet. Projetos-paixão, para além do emprego

BAINHA DE COPAS + ESTÚDIO FERA = FERA UMA VEZ

A necessidade de inovar é constante. Já se percebeu. Mas há que saber identificar oportunidades, para além da necessidade. «Aqui foi uma junção feliz de eu ter aproveitado, no ano passado, as minhas férias de verão para visitar fábricas e ver métodos de impressão de tecidos», começou por explicar Graça.

«O próximo passo, uma vez que estou rodeada de designers, seria imprimir os meus próprios tecidos, fazer os meus próprios padrões. Apresentar, para além de modelos e desenhos de peças, tudo de raiz feito pela Bainha de Copas e Amigos». Bainha de Copas e Amigos, sim: «Acho que é o melhor descritivo de como a coisa funciona».

Lá descobriu onde poderia fazer impressão «e a primeira concretização dessa oportunidade foi quando passei pelo computador da Sofia e vi uma imagem que tinha acabado de colocar no Facebook para o Estúdio Fera - uma selva, com os animais todos em fila - e eu disse logo: isso tem de ir para um vestido, mas é que tem mesmo de ir para um vestido!».

A paixão, a paixão: «O meu irmão costuma dizer que quando vê coisas de que gosta lhe dá vontade de comer. A mim dá-me vontade de transformar coisas de que gosto em vestidos».

Um mês depois, Sofia também tirou férias para trabalhar e eis que surgiu a primeira coleção de vestidos Fera Uma Vez. «Agora é um mundo que é fascinante. Ter a possibilidade de correr o leque todo da produção, desde desenhar, pedir ajuda à Maria para fazer o styling, perguntar à Diana (que é a mais nova do grupo) se acha que o produto vai ter algum tipo de saída, ir fazendo o teste, até chegar à possibilidade de imprimir», diz Graça, sempre entusiasmada-

A disponibilidade de tempo, entre comprar tecidos feitos ou lançar-se no desafio de os fazer, difere muito. No segundo caso, é preciso acompanhar a produção, «ver se resultou, sentir, experimentar, o processo fica mais complicado em 20 vezes, mas também é mais gratificante». As metas renovam-se todos os dias. «É mesmo incrível».

Porém, às vezes, é igualmente um pau de dois bicos. Bainha de Copas e Estúdio Fera lançaram uma coleção de vestidos para adultos, outra para crianças e ainda uma de lenços, em apenas três meses.

«E diz-nos a história, destes três meses, que se calhar nós fomos tão atropelados e tão avassalados pela possibilidade de fazer acontecer coisas novas que, de repente, quase nem usufruímos bem de cada momento».

Podiam ter parado para comemorar, mas querem sempre ir mais além. «Começámos logo na próxima coleção, naturalmente».

E só não vão mais além ainda, «porque fisicamente não é possível, não há horas. Se o dia tivesse 50 horas, conseguiríamos ocupar essas 50 horas do dia», nota Alexandra.

De facto, acrescenta Graça, «o crescimento e a evolução de metas é proporcional ao tempo que conseguimos dedicar ao projeto. Quanto mais eu consigo estar próxima da Bainha, mais as coisas acontecem mais rapidamente. Aquela semana que eu tirei de férias fez o ano. Aquele detonador de a possibilidade de eu poder encapsular-me em fábricas durante uma semana de férias aconteceu e fez evoluir a coisa».

Ao mesmo tempo, reconhece, «também aprendi que temos que tirar pelo menos uma semana entre ideias. Esta cavalgada acontece porque trabalhamos todos em áreas criativas. Gostamos todos de ver acontecer coisas e quando elas correm bem mais motivados ficamos».

E a rede continua...
Continue a ler esta notícia