«Temos enfrentado lóbis e isso não agrada a todos»

O ministro da Economia reagiu esta quarta-feira às críticas lançadas pelo presidente do Fórum para a Competitividade sobre o seu trabalho à frente do ministério, considerando «natural» que as medidas que têm sido tomadas não sejam do agrado de todos.

«Temos enfrentado lóbis e interesses instalados. É natural que isso não seja do agrado de todos», afirmou aos jornalistas Álvaro Santos Pereira, à margem de um evento em Lisboa.

O governante salientou que, «nos últimos meses, foi executado um programa de reformas inédito em Portugal», considerando que o Governo «foi onde mais ninguém teve coragem de ir».

Já o presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, disse que os ministérios da Agricultura e da Economia «estão a ser uma grande deceção» num Governo com nota globalmente positiva, mas que está atrasado nas reformas estruturais.

Em entrevista à Lusa, publicada esta manhã, o antigo líder da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), elogiou a coragem do ministro das Finanças e do primeiro-ministro e a inversão de rumo operada no país, mas criticou os ministérios setoriais, nomeadamente «a Agricultura e a Economia», por as coisas andarem «devagaríssimo».

Para o empresário, esta falta de velocidade não resulta apenas da crónica demora que existe em Portugal para alterar a legislação. Mesmo «ao nível da execução e de coisas mais simples, esses dois ministérios, que são os que estão mais perto da atividade económica, estão a ser uma grande deceção».

Ferraz da Costa foi especialmente crítico em relação ao ministro da Economia: «Ninguém espere que o ministro da Economia seja capaz de explicar seja o que for. Ele não tem essa capacidade. Boa parte das coisas que diz transformam-se rapidamente num motivo de chacota», considerou o empresário.