Melhoria do défice foi «à custa dos contribuintes»

«Mais uma vez vemos que tudo o que se consegue é à custa dos contribuintes». A acusação é da democrata-cristã Assunção Cristas, que apontou para a subida da despesa contra o definido no Orçamento do Estado, mas podia vir também do PSD ou do Bloco de Esquerda. Os partidos da oposição foram unânimes nas críticas ao Governo, no dia que foi divulgado que o défice do subsector Estado melhorou 31% em Janeiro, para os 787 milhões de euros.

«Quando comparamos a receita esperada no Orçamento do Estado e aquela efectivamente cobrada vemos que se esperava um aumento de 7,9% e aumentou 14,4%. Quando nós olhamos para o lado da despesa, o que se esperava era reduzir 1,2% e aquilo que aconteceu foi um aumento de 0,9%», disse aos jornalistas Assunção Cristas.

Uma situação que «vai ter reflexos, mais tarde ou mais cedo, ao nível da contracção da economia», disse a deputada do CDS.

«Os números provam que os impostos foram aumentados e que o Estado recolhe mais no IVA, o que acentua as dificuldades das pessoas», criticou Francisco Louçã.

«Os números provam, além disso, uma mistura de truques e de aumento de austeridade: o truque da incorporação do fundo de pensões da PT, a perda enorme que foi a compra dos submarinos», exemplificou o deputado bloquista.

Ou seja, «mais uma vez, a descida do défice foi toda ela feita à custa da receita, à custa de mais impostos que os portugueses estão a pagar», sintetizou, por sua vez, o social-democrata Miguel Frasquilho, admitindo que não partilha da «euforia do Governo».

Contas feitas, este «não é o melhor dos começos que nós podíamos ambicionar», disse Miguel Frasquilho.