Crise europeia começa a afectar o mundo todo - TVI

Crise europeia começa a afectar o mundo todo

Christine Lagarde, à chegada da cimeira extraordinária

Canadá avisa que mercados globais de crédito estão a ser afectados

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Nenhum país está a salvo de uma eventual tempestade financeira que possa partir da Europa, avisou na sexta-feira à noite a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

«A América Latina não está a salvo de uma tempestade que parta da Europa. Ninguém está», escreveu Lagarde, que deve iniciar segunda-feira uma viagem de quatro dias ao Peru, ao México e ao Brasil.

Na sua nota, divulgada no sítio do FMI e noticiada pela AFP, Christine Lagarde refere que, até há pouco tempo, «a América Latina era uma das regiões mais expostas e mais vulneráveis» aos choques exteriores.

A crise de 2008/2009 mostrou que «já não é esse o caso» e que «a nova América Latina pode servir de exemplo aos países avançados», acrescentou Lagarde, sublinhando a capacidade dos países na América do Sul de «poupar para os dias sombrios» e «assegurar que os riscos do sector bancário sejam controlados».

No entanto, alertou a responsável, «no mundo interligado, não há nenhum lugar para se esconder» e os países da América Latina deverão tomar todas as precauções que se impõem e preparar-se para um eventual choque oriundo da Europa.

Crise do euro está a afectar mercados globais de crédito

A crise da Zona Euro já não está contida à Europa e começa a afectar os mercados de crédito a nível global, alertou também na sexta-feira à noite o ministro das Finanças do Canadá, Jim Flaherty.

O governante considerou também que a crise financeira europeia não ameaça só os países da União Europeia (UE) mas «todos os países», porque a situação está a contagiar «os mercados globais de crédito».

Num discurso pronunciado em Toronto, citado pela AFP, Flaherty afirmou que «este grave e urgente problema ameaça não só a mesma Europa mas todos os países», uma vez que «a actual incerteza, fruto das crises europeias de dívida soberana e do sector bancário, está a produzir um contágio mais amplo fora da Europa, nos mercados globais de crédito».

No entanto, o ministro canadiano das Finanças disse que os países europeus têm recursos económicos suficientes para enfrentar os problemas: «Esta é a sua dívida e o seu défice e o nosso ponto de vista é que há recursos adequados na zona do euro para enfrentar isso», afirmou Flaherty.

O governante recomendou aos países europeus afectados pela crise da dívida europeia que «avancem com os seus planos de consolidação fiscal» e que assegurem que «os seus bancos estão capitalizados de forma apropriada para criar um corta-fogo que previna o contágio».

Esta não é a primeira vez que o FMI alerta para os riscos globais decorrentes da crise do euro. Já na semana pasada, Lagarde avisara que nenhum país goza de imunidade e até mesmo a Ásia pode ser afectada. A própria China já se mostrou preocupada com eventuais efeitos colaterais.
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