O modelo de intervenção europeia não é o adequado para travar a escalada das taxas de juro da dívida pública, como se evidencia pelas acções na Grécia e na Irlanda que «não têm dado bons resultados».
A opinião é do presidente do BES que acredita que aqueles dois países são a prova de que uma intervenção do fundo europeu ou do FMI não seria positiva.
«Espero que esse resgate não aconteça porque o que aconteceu até hoje, nas intervenções do FMI e do fundo europeu na Irlanda e na Grécia não tem dados bons resultados», disse Ricardo Salgado à Lusa em Madrid.
«Também nesses países o juros continuam a subir, apresar da intervenção e os depósitos diminuíram sensivelmente nos dois países, devido a uma quebra de confiança. É preciso repensar o programa de intervenção estabelecido a nível europeu porque acho que não é por aí que lá vamos».
Questionado sobre a capacidade da banca portuguesa aguentar o atual momento de pressão nos mercados de capital e da dívida, Ricardo Salgado respondeu: «A banca portuguesa já passou por uma crise grande quando foi dos produtos tóxicos. Está a atravessar agora a crise da divida soberana e tenho muita confiança que continuará a ultrapassar esta crise».
«Tem-se comportado bem em termos da sua dinâmica, da sua acção, diversificação a nível internacional, tem protegido muitos os resultados e também do ponto de vista da solvência e do comportamento em termos do fundo de cobertura dos riscos para provisões», acrescentou o banqueiro.
Ricardo Salgado falava em Madrid onde esta quinta-feira recebeu o prémio de Coleccionismo Corporativo outorgado pela Associação de Amigos da ARCO à BESart ¿ Colecção Banco Espírito Santo.
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Grécia e Irlanda provam que resgate não dá «bons resultados»
- Redação
- RL
- 17 fev 2011, 19:46
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Presidente do BES espera que ajuda a Portugal «não aconteça»
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