Haverá luta a 6 de Maio enquanto FMI decide «imposições» - TVI

Haverá luta a 6 de Maio enquanto FMI decide «imposições»

Manifestação da CGTP em Lisboa (foto: Manuel Lino)

Protesto agendado para sexta-feira engloba vários sindicatos da Frente Comum

A greve nacional convocada para 6 de Maio pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública será uma «forma de luta» numa altura em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está a «discutir o que será imposto aos trabalhadores» nacionais.

«É hora de lutar, já que não se pode dizer que não há Governo, porque todos os dias está a inaugurar coisas e a fazer política. Há com certeza Governo, que se quiser fazer coisas ainda pode fazer o que está ao seu alcance. É hora de lutar porque agora é que está cá o FMI a discutir o que vai ser imposto aos trabalhadores», avançou à agência Lusa Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública.

A sindicalista adiantou que a greve tem um conjunto de objectivos por detrás, reforçando a ideia de que é preciso «lutar no sentido de resistir a uma política que está em cima da mesa», nomeadamente esta semana, quando a «troika» deve apontar as medidas que serão aplicadas aos trabalhadores portugueses.

Segundo Ana Avoila, a greve agendada para sexta-feira engloba vários sindicatos da Frente Comum, pelo que considerou que terá «uma boa adesão» e que até ao final da semana vão estar todos «empenhados numa greve que será importante para travar e resistir» às medidas que vão ser anunciadas.

«Neste momento a ideia é de que se vão juntar [na greve] os sectores principais como a saúde, educação, segurança social, tribunais, câmara de Lisboa e estabelecimentos fabris, pelo que se prevê uma adesão boa», analisou.

Contra os congelamentos e cortes de salários

Numa primeira análise, Ana Avoila adiantou que a greve geral visa «combater as medidas que estão a ser discutidas e que vão, em primeiro lugar, incidir sobre os trabalhadores da função pública».

Em segundo lugar, a sindicalista avançou que a greve prende-se com os problemas concretos de todos os sindicatos a nível da administração central.

«Com a aplicação da nova legislação os trabalhadores têm ritmos elevados de trabalho. Com a saída de pessoal estão secções fechadas e não se aguenta o nível de trabalho com os trabalhadores a fazerem mais de oito horas por dia quando deveriam fazer sete», denunciou.

A greve pretende ainda demonstrar que os funcionários estão «a lutar contra os congelamentos dos salários e cortes» dos mesmos.

A contestação de 6 de Maio, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, terá a adesão da Federação Nacional dos Médicos, do Sindicato dos Funcionários Sociais, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, e do Sindicato dos Trabalhadores dos Estabelecimentos Fabris das Forças Armadas.

A greve foi anunciada dia 7 de Abril, e alguns dos motivos que levaram à sua marcação prendem-se com o congelamento salarial, o aumento de impostos, a precariedade e os despedimentos.
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