Silva Lopes: «Vão ser aceleradas saídas dos funcionários públicos» - TVI

Silva Lopes: «Vão ser aceleradas saídas dos funcionários públicos»

Silva Lopes

Economista diz que país terá cortar nas pensões para manter o Estado Social

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Silva Lopes disse na última noite que Portugal terá provavelmente de acelerar a saída de funcionários públicos e de cortar nas pensões para manter o Estado Social.

Questionado sobre se é possível manter o Estado Social cortando quatro mil milhões de euros na despesa do Estado, Silva Lopes, que falava à margem de uma sessão sobre a Europa, realizada em Lisboa, respondeu afirmativamente e apontou para dois setores em que os cortes se deverão fazer sentir.

Por um lado, disse, com uma população cada vez mais envelhecida, não é possível «manter as reformas mais altas».

Por outro lado, «a julgar pelo que se passa na Grécia», acredita que Portugal poderá ser obrigado a reduzir funcionários públicos a um ritmo «mais acelerado do que os 2 por cento (%) ao ano» previstos no programa acordado com a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), acrescentou, citado pela Lusa.

Silva Lopes sublinhou, no entanto, que há grupos da população que é necessário proteger e referiu-se especificamente aos desempregados para considerar «dramático o que se passa com os cortes do subsídio de desemprego».

Sobre a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2013, o ex-ministro das Finanças e ex-Governador do Banco de Portugal juntou-se ao Conselho de Finanças Públicas (que hoje divulgou a sua análise do OE) e considerou «otimistas» as perspetivas de queda da economia de 1 por cento e apontou para, pelo menos, «2 por cento».

O economista disse ainda que mantém a opinião, que já tem partilhado, da necessidade de um segundo resgate, considerando que se Portugal não conseguir regressar aos mercados de financiamento «de forma aceitável» em 2013, «não há alternativa a as entidades oficiais da troika emprestarem mais dinheiro».

José da Silva Lopes foi hoje o orador convidado da sessão dos encontros do Instituto Europeu/Almedina.

Numa sessão que se centrou na crise que se vive na zona euro, o economista referiu-se também a Portugal, para considerar que o Estado «está a ser capturado por grupos de interesse».

Para o economista, além do que se vê na rua, há muitos interesses que se sentem «nas secretarias», nos «decretos-lei que não saem».

O economista mostrou-se ainda muito crítico para com a «contabilidade criativa» que o Estado português faz e disse não entender como o «FMI aceita um défice de 5% quando é de 6% no mínimo».

«As formas de falsificar o défice continuam por aí», declarou.
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