Vários ministros pediram hoje esforços na obtenção de um acordo com o PSD para permitir a viabilização do Orçamento do Estado (OE) para 2011.
O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, defendeu este sábado que «é possível, desejável e necessário» chegar a um entendimento.
«Assim reclama o interesse nacional», afirmou Santos Silva, à margem da oitava reunião da Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar, realizada em Oeiras, e citado pela Lusa.
«Ainda é cedo para falar do Orçamento do Estado e, sobretudo, competirá ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças apresentar as linhas gerais da proposta», sustentou, escusando-se a falar sobre eventuais cortes na sua pasta.
Orçamento tem de seguir linhas do PEC
Contudo, Santos Silva espera que o documento se inscreva na linha das decisões já conhecidas, designadamente no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que, disse, «já é muito claro sobre qual a evolução da despesa em várias áreas, incluindo na área da Defesa».
Também o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, à entrada de uma conferência no âmbito do Portugal Tecnológico, e questionado pelos jornalistas se considerava que ainda poderá existir um consenso para a aprovação do Orçamento do Estado, António Mendonça respondeu: «Acho que sim. Tem que haver consenso».
O ministro reforçou «a importância para o país de ter um bom Orçamento».
«Acho que nesta conjuntura temos que ser serenos, temos que olhar para aquilo que é fundamental, que é ter um bom Orçamento e preparar o futuro», disse ainda António Mendonça.
Sem Orçamento ficamos todos a perder
Como não há duas sem três, também o ministro da Economia, Vieira da Silva, considerou que Portugal «teria muito a ganhar se houvesse capacidade de negociação e entendimento» na aprovação do OE.
«Sem capacidade de entendimento todos ficamos a perder», disse Vieira da Silva aos jornalistas, à margem de uma conferência realizada no âmbito do Portugal Tecnológico, a decorrer na FIL, em Lisboa.
Sobre as audições marcadas pelo Presidente da República com os partidos, na terça-feira, para discutir as condições políticas em torno do Orçamento para 2011, o ministro da Economia considerou a iniciativa «normal», frisando que faz parte «de uma situação difícil em que vivemos».
Vieira da Silva considerou as declarações do líder do PSD, Passos Coelho, que afirmou que não voltará a conversar a sós com o primeiro-ministro, José Sócrates, «uma opção como outras que tem tido nos últimos dias».
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- Redação
- PGM
- 25 set 2010, 16:37
Governo pressiona PSD para ceder e negociar
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