"Se não houver acordo com a Grécia é pior para todos" - TVI

"Se não houver acordo com a Grécia é pior para todos"

Ministra das Finanças maria Luís Albuquerque, que esteve a representar Portugal no Eurogrupo refere que a reunião desta segunda-feira "não foi tensa, foi meramente um ponto de situação"

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A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse esta segunda-feira, após a reunião do Eurogrupo, esperar que uma solução para a Grécia seja rapidamente encontrada.
 

“Esperamos que haja um acordo tão cedo quanto possível e uma convocatória de um Eurogrupo extraordinário para poder fechar o acordo relativamente à situação da Grécia”, declarou a ministra após o encontro.

 

E deixou um alerta: “A alternativa de não se encontrar uma solução é seguramente pior para todos e, portanto, isso é uma motivação importante para que se consiga encontrar um acordo”.

 

“A reunião de hoje não foi tensa, foi meramente um ponto de situação. Aliás, julgo que era bastante em linha com o que se esperava”, concluiu Maria Luís.

O presidente do Eurogrupo avisou que a Grécia só receberá financiamento dos credores quando houver um acordo e as reformas começarem a ser executadas, disse esta segunda-feira o presidente do Eurogrupo, acrescentando que um eventual referendo iria atrasar esse processo.

Tal como se esperava, a reunião do Eurogrupo desta segunda-feira terminou sem qualquer acordo, num encontro que demorou pouco mais de três horas.

No comunicado do Eurogrupo sobre a Grécia, hoje divulgado, os ministros das Finanças da zona euro que hoje se reuniram em Bruxelas saudaram os "progressos alcançados até agora", referindo sobretudo as melhorias existentes nos procedimentos de trabalho ao nível técnico, o que consideram que "tem contribuído para uma discussão mais substancial". 

No entanto, refere a nota, ainda é preciso "mais tempo e esforço para colmatar as divergências que permanecem". 

Segundo as informações conhecidas, as divergências dizem respeito sobretudo a medidas relacionadas com as pensões, o mercado laboral e as privatizações. 

Entretanto, a ordem para pagar o  reembolso de 750 milhões de euros ao FMI por parte da Grécia já foi dado. 

Desde fevereiro que o chamado Grupo de Bruxelas - que junta a Grécia e as instituições que formavam a troika (Comissão, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) - está em discussões sobre reformas a serem adotadas pela Grécia que permitam ultrapassar o impasse e transferir para os cofres gregos a última tranche do atual programa de resgate, cuja parcela ascende a 7,2 mil milhões de euros. 

No entanto, para isso acontecer ainda são precisos muitos avanços, sobretudo nas pensões, no mercado laboral e nas privatizações, matérias em que as partes ainda têm profundas divergências. 

Além do acesso à última tranche do resgate, para Atenas também é importante alguma flexibilização por parte do BCE, nomeadamente o aumento do valor da linha de emergência em que os bancos gregos se podem financiar e a não colocação de mais exigências aos colaterais apresentados pelos bancos gregos para irem buscar dinheiro ao banco central. 

A Grécia gostaria ainda que o BCE permitisse que o tesouro helénico pudesse emitir mais dívida pública de curto prazo. 
 
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