A escolha grega: austeridade ou sair do euro - TVI

A escolha grega: austeridade ou sair do euro

Líderes europeus aumentam pressão sobre povo grego: Governo que escolherem no domingo terá de cumprir o acordado se quiser ficar no euro

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A Grécia caminha a passos largos para a escolha de uma vida: quer ou não ficar no euro? Esta é a pergunta que estará subjacente às eleições do próximo domingo, em que os gregos vão escolher o novo Governo.

Para o presidente francês, François Hollande, se a Grécia não cumprir o memorando de entendimento que assinou com a troika, pode mesmo sair do euro. E isso vai depender do Governo escolhido. É que o líder do Syriza (esquerda radical), o partido que as sondagens apontam como provável vencedor, já avisou que o memorando é coisa do passado.

Alexis Tsipras não quer continuar a aplicar a receita austera e recessiva da troika, e quer renegociá-la, sem sair do euro. O problema é que o grego pode não conseguir tudo o que quer e às tantas ter de escolher.

Por isso mesmo, o líder dos socialistas do PASOK, Evangelos Venizelos, diz que os gregos têm de escolher um executivo que garanta a continuidade na moeda única.

Em entrevista à estação de televisão pública grega, Tsipras disse ontem que, se estiver à frente dos destinos da Grécia, consegue renegociar com a União Europeia a situação do país num prazo de dez dias.

O líder do Syriza disse que a primeira medida que vai tomar, em caso de vitória, é conseguir, no contexto das deliberações do Conselho Europeu de 28 de maio, um adiamento «crucial de dez dias para levar a cabo uma verdadeira e dura negociação no campo europeu».

Em todo o caso, na mesma entrevista, não especificou se pretende anular o memorando ditado pelo Fundo Monetário Internacional e a União Europeia e que estabelece as contrapartidas para o resgate financeiro ao país.

«Nós queremos voltar a examinar, mudar, e propor uma outra receita no sentido de cumprir os objetivos com os quais estamos comprometidos e estabilizar e tornar viável a economia», afirmou Tsipras, que repetiu que está excluída qualquer tipo de «cooperação» com a direita conservadora da Nova Democracia ou com os socialistas do PASOK.

O ministro das finanças alemão disse recentemente não acreditar que, independentemente do sentido da votação, alguma coisa mude na Grécia. Para Wolfgang Schauble, ganhe a esquerda ou a direita, os moderados ou os radicais, a situação vai continuar a arrastar-se. Mas a decisão de uma saída do euro não cabe à Europa, e sim à Grécia. Se quiser sair, é só recusar-se a cumprir o plano de austeridade.

Receosos quanto ao desfecho desta verdadeira tragédia, os gregos começaram a corrida aos depósitos. Todos os dias sacam dos bancos 500 a 800 milhões de euros. Nem os gregos acreditam, portanto, que as eleições sejam o remédio para os seus males.
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