Insatisfação na SATA "nunca foi tão grande" - TVI

Insatisfação na SATA "nunca foi tão grande"

  • 30 mai 2017, 12:53
Sata

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil emitiu um pré-aviso de greve para quinta e sexta-feira para a transportadora aérea açoriana

Em carta aberta, a constatação: o grau de insatisfação "nunca foi tão grande" na companhia área açoriana SATA, escreveu o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que emitiu um pré-aviso de greve para quinta e sexta-feira. 

As reivindicações dos tripulantes de cabine acontecem porque o grau de insatisfação nunca foi tão elevado como o verificado atualmente, devido aos reiterados incumprimentos da Lei portuguesa e dos acordos de empresa”.

No documento, o sindicato aponta, ainda, as “faltas de respeito da empresa para com os seus tripulantes e condições de trabalho”, a “falta de uma gestão profissional, que deveria ser executada por conhecedores do setor de aviação, o que não acontece”.

A greve é justificada, "em particular", pela "falta de capacidade de diálogo dos interlocutores da SATA e da falta de interesse da tutela”, a Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas.

Oferta de voos "ajustada"

Entretanto, mas sobre a oferta de voos interilhas da companhia aérea, o Governo dos Açores considerou que está "ajustada à procura", apesar das frequentes queixas de falta de lugares nos voos.

Em resposta a um requerimento do deputado único do PCP no parlamento regional, João Paulo Corvelo, que apontou a "recorrente falta de disponibilidade de lugares nos voos interilhas, durante os meses de verão", o executivo, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, apresenta taxas de ocupação nas ligações que não chegam aos 80%.

Sem prejuízo de poderem surgir picos pontuais de procura, sobretudo na época do verão - para o que a SATA Air Açores procura, sempre que possível, responder com aumentos pontuais de oferta - é importante referir que, ao contrário do que transparece do requerimento apresentado, no verão IATA 2016, a oferta de lugares esteve, em geral, ajustada à procura".

IATA é a sigla inglesa para Associação Internacional de Transporte Aéreo. O verão IATA compreende os meses de abril a outubro.

De acordo com os números divulgados pelo executivo açoriano, as taxas de ocupação dos voos interilhas da SATA relativas ao verão de 2016 ficaram todas abaixo dos 80%.

Rotas mais procuradas

As rotas mais procuradas, no verão do ano passado, foram Ponta Delgada/Horta/Ponta Delgada (78,9%), Ponta Delgada/Terceira/Ponta Delgada (78,4%), Ponta Delgada/Pico/Ponta Delgada (77,8%) e Terceira/São Jorge/Terceira (78,3%).

Em contrapartida, os voos com menor procura, no mesmo período, foram Flores/Corvo/Flores (40,8%), Terceira/Graciosa/Terceira (55,3%) e Terceira/Horta/Terceira (62,4%).

O Governo Regional refere ainda também que as novas obrigações de serviço público nas ligações aéreas interilhas vieram introduzir "maior mobilidade e acessibilidades a menor preço", recordando que as tarifas estão agora mais baratas em cerca de 20%.

Por outro lado, o executivo socialista nota que o concessionário do serviço público é obrigado a reforçar a oferta em situações extraordinárias, como acontece, por exemplo, por ocasião de festividades religiosas ou eventos desportivos e culturais.

Apesar destas explicações, o deputado comunista na Assembleia Legislativa Regional nota que a indisponibilidade de lugares nos voos interilhas chega a ser "avassaladora durante os meses de verão", ao ponto de condicionar a mobilidade dos açorianos.

No entender de João Paulo Corvelo, estas situações têm provocado,"problemas sociais e pessoais gravíssimos", quando estão em causa viagens por motivos de saúde por exemplo, além de "constituir uma barreira de limitação ao crescimento do setor turístico nas ilhas de Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo".

O parlamentar comunista alega ainda que os horários da SATA interilhas "forçam frequentemente muitos passageiros" das ilhas mais pequenas a "pernoitar nas ilhas de São Miguel e da Terceira", quando têm de apanhar um voo para o continente português.

"Estas estadias não desejadas são um custo extra que é imposto aos açorianos no exercício do seu direito à mobilidade e contribuem também para desviar turistas que, perante a perspetiva de percursos tão longos, optam por não sacrificar o seu tempo disponível, não se deslocando às restantes ilhas dos Açores", alega o deputado do PCP.

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