Portas «confia» na resolução dos problemas no GES - TVI

Portas «confia» na resolução dos problemas no GES

Paulo Portas (LUSA)

Bancos Centrais de Angola e de Portugal estão a trabalhar em conjunto, revelou o vice-primeiro-ministro, que esteve reunido com o presidente angolano

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O vice-primeiro-ministro Paulo Portas disse esta terça-feira em Luanda que os bancos centrais de Angola e de Portugal estão a trabalhar em conjunto na situação no Grupo Espírito Santo e ramificações nos bancos do grupo nos dois países.

Também Passos Coelho disse que portugueses têm toda a informação sobre o BES, referindo que as declarações de Carlos Costa são esclarecedoras.

A posição foi transmitida aos jornalistas após uma audiência de quase uma hora entre Paulo Portas e o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, no âmbito de uma visita que o vice-primeiro-ministro português está a promover a Luanda.

«Eu serei naturalmente discreto sobre essa matéria, mas sempre poderei adiantar que os reguladores de Angola e de Portugal têm trabalhado conjuntamente e eu confio nas medidas de estabilização que saberão encontrar», afirmou Paulo Portas, questionado pelos jornalistas sobre os problemas no grupo.

O Banco Espírito Santo detém 55,71 por cento do BES Angola, instituição bancária que segundo o próprio regulador angolano apresenta problemas na carteira de crédito.

Embora sem adiantar o teor da conversa com José Eduardo dos Santos ou a solução técnica para o caso, Paulo Portas - que está em Angola para a abertura da Feira Internacional de Luanda (FILDA) - disse apenas entender que a articulação em curso é um «sinal com confiança».

Na quinta-feira passada, o Governador do Banco Nacional de Angola (BNA) admitiu existir um «problema» na carteira de crédito do BESA, perspetivando a necessidade de um reforço de capitais.

«Há um problema nesta altura identificado com a qualidade da carteira de crédito do Banco Espírito Santo [Angola]. Temos operações em situação irregular, operações de crédito malparado», disse José de Lima Massano.

O Governador foi questionado pelos deputados da oposição sobre os relatos de um volume de crédito malparado naquele banco que poderia atingir os 5,7 milhões de dólares (4,1 milhões de euros) e que terá sido alvo de cobertura parcial por uma garantia soberana do Estado angolano.

O Governador do BNA explicou que a instituição está a ultimar a conclusão de uma avaliação à situação daquele banco, mas admitiu um cenário de «reforço dos capitais por parte dessa instituição», entre outras «recomendações» do regulador angolano para «mitigar as irregularidades e inconformidades detetadas» no BESA.

«Não está em causa nem a garantia dos depósitos constituídos junto do BESA nem as responsabilidades que esse banco tem perante terceiros. E muito menos a estabilidade do nosso sistema financeiro», disse Massano.
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