«Rentrée» comunitária sob o signo da crise do euro - TVI

«Rentrée» comunitária sob o signo da crise do euro

Durão Barroso (Reuters)

Crise económica volta a marcar ano político na União Europeia, com as atenções centradas na Grécia e em Espanha

A crise económica volta a marcar este ano a «rentrée» política na União Europeia, com as atenções centradas nos desenvolvimentos na Grécia e em Espanha e na resposta europeia em termos de aprofundamento da união económica e monetária.

Na mesma semana em que uma missão da troika chegou a Lisboa para a quinta revisão do programa de assistência financeira a Portugal, a Comissão Europeia celebra, na quarta-feira, o seu primeiro encontro após as férias, e, «sem surpresa», a agenda da reunião do colégio liderado por Durão Barroso será «predominantemente dominada pela economia», como admitiu uma porta-voz do executivo comunitário.

Pia Ahrenkilde Hansen indicou que a Comissão fará um ponto da situação sobre o trabalho que tem sido feito nas últimas semanas de preparação das propostas que o executivo comunitário irá apresentar em meados de setembro sobre a criação de um mecanismo único de supervisão bancária, tal como acordado pelos líderes europeus no último Conselho Europeu de junho passado, enquanto elemento da construção de uma união bancária.

A crise da dívida soberana e a correspondente resposta europeia dominará também dois dos principais eventos que marcarão a «rentrée» comunitária: o discurso (anual) de José Manuel Durão Barroso sobre o «Estado da União», que terá lugar a 12 de setembro perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, por ocasião da primeira sessão plenária após as férias de verão, e a reunião informal de ministros das Finanças europeus agendada para Chipre, entre os dias 14 e 15.

Durante o mês de agosto, chegou a ser equacionada uma reunião de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) ainda antes do encontro de Chipre, mas tal hipótese foi descartada face à impossibilidade de serem tomadas decisões quer em relação à Grécia (a troika só deverá iniciar a sua missão em Atenas no início do próximo mês), quer em relação à Espanha (que insiste nesta altura não necessitar de um programa de assistência alargado, além do plano de ajuda para o setor bancário já em marcha).

Fora do âmbito da crise, o regresso aos trabalhos será também marcado pela tradicional reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros, conhecida como «Gymnich», que terá lugar em Chipre a 7 e 8 de setembro, e que será naturalmente dominada pela situação na Síria, assunto que será também abordado na reunião do colégio de comissários de quarta-feira.
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