Situação de recessão já é conhecida por economistas - TVI

Situação de recessão já é conhecida por economistas

Agência Financeira

João Duque garante que «aquilo que o governador do Banco de Portugal diz é o que todos os economistas já sabem»

Relacionados
O economista João Duque disse esta quarta-feira que a afirmação do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, de que Portugal já está em recessão é uma situação conhecida por todos os economistas, escreve a Lusa.

«Aquilo que o governador diz é basicamente aquilo que todos os economistas que estão no mercado já sabem», disse o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão, comentando a entrevista de Carlos Costa ao jornal «Diário Económico».

Recorde-se que o governador do Banco de Portugal confirmou que Portugal já está em recessão, adiantando que «a dinâmica das variáveis macroeconómicas vai produzir aquilo que dissemos [no Boletim de Inverno, apresentado a 11 de Janeiro] e que as instituições internacionais confirmaram: uma recessão económica durante o ano de 2011».

Salários da função pública ainda podem encolher mais

«Normalmente uma recessão é confirmada num período mais prolongado do que um trimestre, mas é possível que o governador do Banco de Portugal esteja a ler informação mais detalhada e que esteja a lançar um aviso para gerir as expectativas dos portugueses», avançou João Duque, sublinhando que «é preciso fazer alguma gestão realista do que se está a passar».

O economista revelou ainda surpresa por o primeiro-ministro ter, na segunda-feira, desvalorizado a contracção de 0,3% da economia registada no último trimestre do ano passado face ao trimestre anterior.

Para o economista, este ano ainda deverá piorar, com a necessidade de mais receitas para equilibrar o aumento do custo com os juros da dívida.

«Se estão orçamentados 6,5 mil milhões de euros para juros e se durante o ano vamos chegar aos 7,5 ou 8 mil milhões» é provável que tenham de ser cortar mais salários dos funcionários públicos, defendeu.

«Se a brincadeira nos sair a mais mil milhões de euros» o valor representa «5% dos salários dos funcionários públicos» ou então terá de «se deixar de comparticipar os medicamentos ou aumentar o IVA para 25%», avançou, sublinhando que «é preciso mais dinheiro».
Continue a ler esta notícia

Relacionados