Bancos: Europa contraria directora do FMI

A Alemanha, a Espanha e a União Europeia já reagiram ao pedido feito pela directora-geral do FMI, Christine Lagarde, para uma «urgente» recapitalização dos bancos europeus, considerando que as medidas necessárias já foram tomadas.

O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, defendeu esta segunda-feira, em Bruxelas, que «os bancos europeus estão significativamente melhor capitalizados hoje do que há um ano», acrescentando que «à medida que prosseguem os esforços de recapitalização dos bancos europeus, é de esperar que melhorem as suas condições de financiamento».

Já o porta-voz do ministro alemão das Finanças, Silke Bruns, sublinhou que os governos europeus já tomaram medidas para reforçarem os bancos, incluindo mais exigências de capital sob as novas regras de Basileia III.

«Na eventualidade de surgirem novas necessidades no futuro, os instrumentos reforçados do Fundo Europeu de Estabilização Europeia (FEEF) estão disponíveis», assinalou o responsável alemão, que falava em Berlim.

Também em Madrid houve já uma reação ao apelo de Lagarde, com um porta-voz do Ministério das Finanças espanhol a apontar para as medidas implementadas recentemente no sentido de reforçar a base de capital dos bancos do país vizinho.

Lagarde afirmou no domingo, na intervenção de encerramento de uma conferência internacional em Jackson Hole, Wyoming, nos EUA, que sem uma recapitalização «urgente» dos bancos, é de esperar que se venha a assitir a mais sinais de enfraquecimento de países estratégicos para a economia mundial, ou mesmo a um agravamento da crise de liquidez que afeta vários bancos europeus.

A recapitalização deveria, na opinião da líder do Fundo Monetário Internacional (FMI), ser «substancial» e o seu caráter obrigatório seria «a solução mais eficiente».