Banca francesa com exposição de 4,9 mil milhões à dívida nacional - TVI

Banca francesa com exposição de 4,9 mil milhões à dívida nacional

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Quatro maiores bancos de França detinham 239 mil milhões de euros de dívida soberana de vários países em Julho

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Os bancos franceses que participaram nos testes de resistência ( stress tests) detinham na altura da avaliação 4,9 mil milhões de euros em dívida soberana portuguesa, mas já reduziram a exposição à dívida de países da Zona Euro.

Os quatro maiores bancos franceses que participaram nos testes de stress do Comité das Autoridades Europeias de Supervisão Bancária, em cooperação com o Banco Central Europeu, detinham, segundo a avaliação de Julho do ano passado, 239 mil milhões de euros de dívida soberana, dos quais cerca de 2,05% eram dívida portuguesa, a maioria em carteira própria.

Christophe Nijdam, analista de banca francesa da Alphavalue, afirmou à agência Lusa que as instituições francesas já reduziram as exposições, pelo menos na carteira de negociação.

«A exposição provavelmente recuou. Devido às considerações de mark to market, com a contabilidade de justo valor, os bancos não querem ter dívida soberana da zona euro nas carteiras de negociação».

Os bancos BNP-Paribas, BPCE, Crédit Agricole e Société Générale reportaram, em final de Março, os dados ao CEBS para a execução dos stress tests, segundo os quais dos 4,9 mil milhões de euros em divisa portuguesa que os bancos detinham, um total de 3,9 mil milhões de euros estava na carteira própria dos bancos e 900 milhões em carteira de negociação.

Do total, era o BNP-Paribas que na altura estava mais exposto à dívida portuguesa, com um total bruto de 2.526 milhões, seguido do grupo Crédit Agricole, com uma exposição bruta de 1.478 milhões de euros, 21 milhões dos quais na carteira de negociação.

A exposição bruta a Portugal dos grupos BPCE e Société Générale era menor, com 456 milhões e 404 milhões euros, respectivamente.

Destes totais, a grande maioria da dívida portuguesa detida pela Société Générale (293 milhões) estava na carteira de negociação, onde o BPCE tinha pouco mais de metade, ou 234 milhões, com os restantes 222 na carteira própria.

«Quanto à carteira própria, não penso que os bancos franceses tenham diminuído a sua exposição, porque o real risco de perdas para a dívida da Zona Euro é mínimo», afirmou Christophe Nijdam, acrescentando que, quanto à dívida da Zona Euro, o pior resultado poderá apenas ser o reescalonamento da dívida.

«Sou um antigo banqueiro e, como analista, preferiria ter um banco europeu que detivesse dívida da Zona Euro do que um banco americano que detivesse dívida ¿subprime¿ americana colaterizada».

«Os mercados financeiros têm exagerado no que toca às perdas potenciais» da dívida dos países que partilham a moeda única.

Note-se que Portugal prepara-se para, na quarta-feira, realizar um leilão de dívida pública com o valor indicativo entre 750 a 1.250 milhões de euros.
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