BPI apresenta prejuízos de 204 milhões de euros

O BPI apresentou esta quinta-feira prejuízos de 204 milhões de euros em 2011, o primeiro resultado negativo desde a sua história, e bem mais do dobro do que era esperado pelos analistas, que apontavam para um resultado ligeiramente acima de 80 milhões de euros.

Desde que está cotado em bolsa, 1986, o BPI nunca apresentou prejuízos, mas acabou por fechar o ano de 2011 com 204 milhões de euros negativos, o que compara com o lucro de 184,8 milhões de euros alcançado em 2010.

Os analistas estimam que BCP e BES apresentem esta sexta-feira resultados negativos históricos, enquanto o Santander Totta conseguirá ficar acima da linha de água.

Os resultados negativos do BPI devem-se sobretudo ao impacto das imparidades resultantes da exposição à dívida grega (-339 milhões de euros) e da transferência do fundo de pensões para a Segurança Social (-71 milhões de euros).

O rácio de capital core tier 1 foi de 9,5% no final de 2011, cumprindo o requisito do Banco de Portugal, sem recurso a aumento de capital e mesmo com a «inclusão do impacto dos resultados extraordinários negativos».

O rácio de crédito em risco está nos 3,2%, um dos mais baixos entre os bancos ibéricos e, no comunicado enviado, faz questão de referir que «o banco continuou a não utilizar as garantias do Estado para se financiar».

O banco garante ainda que está em condições de garantir «o pleno cumprimento dos rácios e capital requeridos

pela European Banking Authority (EBA) a partir de Junho de 2012 e pelo Banco de Portugal a partir de Dezembro de 2012, através do plano de capitalização entregue às Autoridades em 20 de Janeiro passado».

O rácio entre crédito concedido e depósitos ficou em 109%, face aos 122% de 2010. O banco cumpre assim a meta imposta pela troika, de reduzir este rácio para 120% até 2014.

Já o lucro líquido da atividade corrente ascendeu a 115,9 milhões de euros.