Portugal deverá ir ao mercado mesmo após ajuda - TVI

Portugal deverá ir ao mercado mesmo após ajuda

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Analistas acreditam que Governo vai seguir a mesma linha da Grécia

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Portugal deverá adoptar a mesma postura das autoridades gregas mantendo emissões regulares de Bilhetes do Tesouro (BTs), mesmo depois da ajuda internacional, disseram analistas contactados pela agência Lusa, na véspera de mais um leilão da dívida portuguesa.

«Portugal pode adoptar a mesma postura das autoridades gregas mantendo emissões regulares de BT», disse à Lusa a economista-chefe do BPI, Cristina Casalinho.

A economista lembrou que na Grécia «apesar do resgate e dos rumores de reestruturação, o Estado tem conseguido ir emitindo BT, tomando, de algum modo, o pulso à procura em mercado primário por dívida grega».

Questionado sobre esta eventualidade, o analista da IMF Ricardo Marques disse acreditar que Portugal «vai continuar a ir ao mercado» tal como a Grécia também «continuou a ir».

Novo leilão de tesouraria esta quarta-feira

Para já, o Estado volta quarta-feira ao mercado para mais dois leilões de Bilhetes do Tesouro com maturidade a três meses e sete meses onde espera arrecadar entre 750 e mil milhões de euros de dívida.

Segundo Cristina Casalinho, o leilão vai permitir ao Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) aferir da existência ou não de procura de dívida de curto prazo portuguesa.

O analista do Banco Carregosa Filipe Silva frisou que o Estado continua a ter de se financiar, antecipando que o leilão não vai trazer grandes surpresas e que Portugal vai conseguir colocar o montante que pretende.

Se dinheiro não continuar a chegar pára tudo

«Mesmo que o Estado esteja a pagar mais no curto prazo, o país tem que continuar a viver. O dinheiro precisa de chegar porque senão pára tudo por completo, há pagamentos que precisam de ser feitos e há amortizações que têm de ser feitas», disse Filipe Silva.

Também Ricardo Marques disse à Lusa que «não será um leilão determinante, mas um leilão de tesouraria».

«A Grécia a três meses conseguiu emitir hoje a 4,10%. No nosso caso, a taxa deve ficar próxima dos 4% a três meses e de 4,5% a seis meses», afirmou Ricardo Marques.

Nas duas linhas com maturidade em Julho e Novembro deste ano, o Estado pretende vender entre 750 e mil milhões de euros de dívida, sendo o montante mínimo estabelecido nos 300 milhões de euros por cada linha.

IGCP gere emissões consoante o mercado

O IGCP indica ainda que «seguirá activamente a evolução do mercado, podendo anunciar outras alterações às linhas de actuação para o segundo trimestre», que anunciou no final de Março.

O leilão chega numa altura em que os responsáveis do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional estão em Lisboa a preparar o que será o programa de entendimento, em troca do qual Portugal deverá receber um empréstimo a vários anos para fazer face às suas dificuldades de financiamento.
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