Rating da dívida de quatro bancos cortado - TVI

Rating da dívida de quatro bancos cortado

Banco

CGD, BES, BCP e Banif viram as notas da sua dívida com garantia estatal reduzidas para «lixo»

[Notícia actualizada às 11h10 com mais informações]

A dívida de quatro bancos nacionais garantida pelo Estado sofreu esta quinta-feira um corte de rating. Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Espírito Santo (BES), Banco Comercial Português (BCP) e Banco Internacional do Funchal (Banif) viram as suas notas reduzidas pela Moody`s, na sequência da revisão em baixa da classificação da República.

A dívida com garantia estatal do BES e a CGD desceram três níveis - de Baa1 para Ba1 -, passando assim para a categoria de não investimento, por ser já considerado um investimento especulativo. O mesmo é dizer que foi atirada para o «lixo».

O rating da dívida do BCP e do Banif passou de Baa1 para Ba2, uma quebra de quatro níveis, integrando assim a mesma tabela negra.

Quanto à nota geral das instituições, haverá novidades nas próximas semanas. A avaliação começou a 9 de Junho.

Na primeira reacção à decisão da Moody`s, o BCP logo começou a derrapar em bolsa, caindo a esta hora 2,45%, passando a cotar nos 35 cêntimos, o que é, de resto, um novo mínimo histórico.

O Banif recua 0,15% para os 62 cêntimos e quem investe no BES parece estar a ignorar a Moody`s, já que as acções do banco seguem a subir 0,97% para os 2,48 euros.

O BPI, que escapou ao tiro ao alvo da Moody`s, sobe 0,21% para os 95 cêntimos.

Quatro maiores bancos podem chumbar testes de stress

Já na quarta-feira, a mesma agência de notação financeira avisou que os quatro maiores bancos portugueses estão entre os 26 bancos europeus que podem chumbar nos chamados testes de stress.

De qualquer modo, adiantou que, apesar do eventual chumbo nos testes, estes bancos não deverão sofrer novos cortes na avaliação, porque já têm um rating de não investimento.

Ora um dia depois, a Moody`s acaba por baixar a nota dos bancos portugueses. Uma decisão que já era contudo expectável, uma vez que depois de o rating da República ser actualizado, o alvo que se segue normalmente é a banca.

A classificação da República foi revista em baixa em quatro níveis na terça-feira, passando a ser considerada «lixo». Ou seja, na análise desta agência de notação financeira, a dívida nacional não é um bom investimento.

A Moody`s tem dúvidas quanto à capacidade de Portugal conseguir cumprir as metas do défice e acredita, inclusive, que o país pode ver-se a obrigado a pedir um segundo resgate.

A decisão desta agência de rating desencadeou uma onda de indignação na Europa. Mais tarde, a Moody`s esclareceu que já teve em conta as novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo para esta revisão do rating.

Numa semana marcada já pela nuvem negra deixada a pairar sobre Portugal pela Moody`s, também a Fitch acaba de pôr mãos-à-obra. Esta agência de notação financeira cortou também hoje o rating do Banco Popular Portugal.

A par da Moody`s e da Fitch, integra ainda o grupo das três grandes agências de rating do mundo a Standard & Poor`s.

As três são norte-americanas, controlam 95% do mercado, e as notas que atribuem podem destruir a reputação económica de um país ou de uma empresa.

Influenciam também o comportamento dos mercados. O euro já está a ser penalizado.

Os banqueiros defendem que a União Europeia deve romper com as agências de rating e criar entidades e critérios europeus.
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