Risco de França, Áustria e Bélgica em recorde - TVI

Risco de França, Áustria e Bélgica em recorde

Países com paraísos fiscais serão «banidos» - EPA/VINCENT DAMOURETTE

Juros da Grécia também batem máximos. Itália continua em maus lençóis

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Os juros da dívida da França, Áustria e Bélgica estão esta terça-feira a subir nos mercados secundários, com o prémio de risco a atingir níveis recorde.

A França está no centro das atenções: o prémio exigido pelos investidores para comprarem dívida francesa a 10 anos em vez da alemã, considerada de referência para a Europa, sobe até aos 189,78 pontos. Este é o nível mais elevado desde a criação do euro.

Também os juros da dívida belga e austríaca estão a disparar.

Sobem, assim, de tom os receios de contágio da crise da dívida europeia aos chamados países «core» da União Europeia.

O cenário é negativo: os juros da dívida dos periféricos disparam. Grécia, Itália e Espanha atingem recordes desde a criação do euro.

Em Atenas, os juros da dívida superam, pela primeira vez, os 110 por cento no mercado secundário: pelas 15h33, os juros exigidos pelos investidores para comprar títulos soberanos da Grécia fixavam-se em 110,02 por cento, com o «spread» face à dívida alemã (referencial para a Europa) a atingir o máximo de 10.971 pontos base.

Ainda quanto à dívida grega, esta está também a bater máximos a cinco anos (41,191 por cento) e a 10 anos (28,450 por cento).

Também em Espanha, os juros cobrados pelos investidores batem um valor histórico nas maturidades mais curtas. Já a 10 anos, os juros da dívida soberana de Espanha não estão em máximos, mas ainda assim nos 6,364 por cento, acima dos 6,106 por cento da média da sessão de segunda-feira.

A Espanha está sob forte pressão dos mercados: no leilão desta manhã pagou juros recorde para emitir dívida a curto prazo.

Em Itália, os juros seguem a bater máximos a dois anos, nos 6,527 por cento, enquanto a cinco e dez anos fixam-se em 6,982 e 7,135 por cento, em ambos os casos acima dos valores da sessão anterior.

Estes valores são considerados insustentáveis para a Itália que tem uma dívida que representa 120% do PIB. Também o prémio de risco exigido pelos investidores para comprarem dívida italiana em vez da alemã, considerada de referência para a Europa, era o que mais subia em todo o mundo, atingindo o valor mais elevado desde a criação do euro.

A Itália está a ser muito prejudicada pelo impasse político em torno da formação de um novo governo liderado por Mario Monti.

No caso dos juros exigidos pelos investidores para negociarem títulos soberanos de Portugal, estes estão a subir a dois anos face à sessão anterior para 17,269 por cento, enquanto o «spread» face à dívida alemã é de 1.696 pontos base.

Já cinco e a dez anos, os juros estão hoje a baixar face a segunda-feira para 13,553 e 11,562 por cento, respectivamente.

A Zona Euro continua sob a ameaça de um contágio da crise da dívida soberana quer a Itália quer a Espanha, países em que os custos do financiamento continuam a subir, assim como pelo crescimento lento da economia. Teme-se já uma nova recessão.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro cresceu no terceiro trimestre do ano 1,4 por cento, num ligeiro abrandamento de 0,2 pontos percentuais em relação ao período homólogo, revelou o Eurostat. Face ao segundo trimestre, os dados mostram que se mantém uma estagnação de 0,2 por cento no PIB quer na média dos 17 países que partilham o euro quer na União Europeia.
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