Telefónica poderá ter que subir oferta até aos 7,5 mil milhões - TVI

Telefónica poderá ter que subir oferta até aos 7,5 mil milhões

VIVO

Operadora portuguesa vai «aprovaeitar a corrida contra o tempo» da espanhola

Relacionados
A Telefónica poderá ter que subir a oferta pela participação da PT na Vivo até aos 7,5 mil milhões de euros para conseguir o apoio total dos acionistas da Portugal Telecom, consideraram os analistas do BBVA e do ING.

Telefónica veio a Lisboa falar 10 minutos com BES (vídeo)

Veja tudo. Clique aqui

De acordo com uma nota de 'research' do BBVA, a subida de 5,7 para 6,5 mil milhões de euros anunciada na terça feira não será ainda «o final da história» da guerra pela Vivo entre as duas operadoras, pelo que a Telefónica poderá ter que efectuar «uma nova revisão em alta», até aos 7 mil milhões de euros, para assegurar o apoio da totalidade dos accionistas.

Sobre a posição do conselho de administração da PT, que considera que o novo preço continua a não reflectir o valor estratégico da participação, mas convocou uma assembleia-geral para os accionistas se pronunciarem, o BBVA acredita que tal decisão indicia que o sucesso da operação está próximo dos «100%».

Aliás, vários analistas, ouvidos pela agência Lusa, acreditam que a PT deverá tentar fazer subir ainda mais o preço oferecido pela sua participação na Vivo, aproveitando a corrida contra o tempo da Telefónica.

Para a analista do Banif, Teresa Martinho, a administração da PT está a dar um «sinal» de que o novo preço oferecido (6,5 mil milhões de euros) é ainda insuficiente e que os «accionistas devem aceitar a oferta se o valor for revisto em alta».

«Neste momento, a Telefónica claramente precisa de consolidar a sua posição no Brasil e integrar a Telesp com a Vivo rapidamente. O tempo no fundo está contra a Telefónica e a PT pode aproveitar a oportunidade para ver o seu ativo valorizado», justificou.

Para o Banif, a oferta é positiva em termos de avaliação da empresa, mas «seria melhor que a PT encontrasse uma alternativa, uma vez que claramente fica muito exposta ao mercado doméstico, que não oferece perspectivas de crescimento».

Para a analista do Barclays Wealth, Amanda Purton, a revisão da oferta da Telefónica é superior ao valor da Vivo e, por essa razão, uma nova subida do preço irá criar uma avaliação «muito elevada», que os acionistas da Telefónica podem questionar.

«No entanto, estrategicamente, a Telefónica precisa encontrar uma solução para seus problemas no Brasil», destacou à Lusa.

Para Amanda Purton, a opção de vender um terço da Vivo à Telefónica e deixar dois terços para vender nos próximos três anos é «uma opção interessante», uma vez que dá à PT a possibilidade de explorar no país outros interesses potenciais, sem ser pressionado imediatamente para devolver o dinheiro aos accionistas.

No entanto, refere na sua nota, o Brasil é um mercado de «alto crescimento» e a Telefónica pode extrair sinergias se conseguir juntar a Vivo ao seu negócio fixo no Brasil.

«A oferta revista aumentou a probabilidade de concretizar rapidamente o negócio, em vez de o fazer prolongar no tempo», refere ainda a analista, acrescentando que tal será positivo quer para a PT, quer para a Telefónica.

Segundo a nota diária do BPI, a decisão de convocação de uma assembleia-geral «aumenta a probabilidade de aceitação de uma forma considerável».

A nota do banco Sabadell, por sua vez, refere que a notícia da subida da oferta é «positiva» e esperada pelo mercado, mas mesmo assim acredita que a PT vai manter-se relutante em aceitar a oferta.

O Conselho de Administração da PT considerou na terça feira, após uma reunião de emergência, que a nova oferta «não reflecte o valor estratégico deste activo para a Telefónica», mas decidiu discuti-la directamente com a empresa espanhola e solicitar a convocação de uma assembleia de geral para que os seus acionistas se pronunciem sobre o negócio.
Continue a ler esta notícia

Relacionados