Vinhos: Há quem não produza por gosto mas por ser chique - TVI

Vinhos: Há quem não produza por gosto mas por ser chique

Mudam-se os tempos, mudam-se as garrafas

Produtores tradicionais queixam-se que os novos concorrentes encaram o mercado como meio para fazer «dumping»

«Produzir vinho era chique», foram as melhoras palavras que um produtor e enólogo encontrou para lamentar o estado da produção vinícola em Portugal. Hoje em dia, os novos produtores vendem os produtos a um preço abaixo do seu valor justo para outro país. Se a moda «dumping» por um lado, é muito apreciada pelos concorrentes, por outro, vai contra os valores dos tradicionais vinicultores.

Para este enólogo, os concorrentes dos vinhos portugueses não podem ser apelidados de produtores do Novo Mundo, pois «entraram para o sector para se notibilizarem». A forma como actuam no mercado «está a trazer graves prejuízos ao sector», uma vez que oferecem os seus produtos a um preço que não cobre os custos de produção, cita a Lusa.

O mercado interno é «muito difícil», e os novos concorrentes «não estão preparados», o que lhes traz dificuldades «em vender o vinho acumulado em stock». No que respeita às grandes superfícies, critica a forma como «alterarem as regras a meio do jogo». Neiva Correia exporta anualmente cerca de seis milhões de garrafas que produz. Na sua empresa, a DFJ Vinhos, tem como objectivo «desbravar terreno» junto a cadeiras locais, garrafeiras e no mercado eureka: restaurantes e hotéis.

No seu ponto de vista, Portugal precisa encontrar uma forma de transformar a crise numa oportunidade, dando aos consumidores vinhos «bastante melhores e a um preço bastante mais baixo». Isto porque, a produção vinícola é «uma actividade económica que visa o lucro», e o vinho não pode ser vendido abaixo do preço de custo.

O país «tem bons vinhos, mas é preciso conhecer muito bem o sector. É quase preciso nascer-se nele, poder sentir estas coisas, ter formação na área».
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