A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal defendeu esta quarta-feira, na reunião com a troika, a necessidade de serem criados instrumentos para financiar as empresas, já que muitos encerramentos se devem à falta de meios financeiros. E disse que a solução não passa por cortar salários e deduções.
«Centrámo-nos basicamente nas medidas de apoio às empresas e focámos de uma forma muito insistente a necessidade de serem criados meios para financiar as mesmas», afirmou aos jornalistas João Vieira Lopes, à saída da reunião com os peritos do FMI, BCE e Comissão Europeia, que decorreu no Ministério das Finanças.
A CCP está preocupada com «o encerramento massivo de empresas viáveis por não terem meios financeiros» e propôs que «a reforma do Estado fosse feita de forma mais organizada». «Não é solução fazer cortes transversais de salários e de deduções». É, antes, «saber quais são as funções do Estado e os serviços que devem existir ou não».
João Vieira Lopes disse que os especialistas da troika não emitiram opiniões, tendo-se manifestado «mais preocupados com aspectos financeiros, custos de contexto e alguns aspectos laborais, sobretudo no que respeita à flexibilização».
O responsável disse que o salário mínimo não foi abordado no encontro. Já o líder da Confederação dos Agricultores Portugueses disse que, no encontro que teve com a comitiva internacional, essa questão foi «abordada por alto».
Não perder as verbas que estão previstas no Orçamento do Estado para este ano e garantir investimento nacional para aceder aos fundos comunitários estão entre as principais preocupações transmitidas pela CAP à troika.
Já o que a Confederação da Indústria Portuguesa levou à reunião foi sobretudo o acordo alcançado em concertação social ainda antes de o Governo se demitir.
CCP à troika: «Solução não é cortar salários»
- Redação
- VC
- 20 abr 2011, 11:58
Comércio e Serviços pretendem mais medidas de apoio às empresas. Agricultores não querem perder verbas do Orçamento do Estado. CIP levou acordo da concertação social à reunião
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