Alemães recusam aumentar fundo europeu mas abrem porta a outra solução - TVI

Alemães recusam aumentar fundo europeu mas abrem porta a outra solução

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Ministro das Finanças alemão admite emissão de mais garantias bancárias

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O ministro das Finanças alemão recusou aumentar as verbas do fundo de estabilização financeira europeu (EFSF), mas tem outra solução na manga, ao admitir a emissão de mais garantias bancárias para que os 440 mil milhões de euros do fundo estejam inteiramente disponíveis.

«Considero o debate sobre o alargamento do fundo europeu supérfluo e artificial, o que só contribuiu para a insegurança nos mercados», disse Wolfgang Schaeuble, citado pela Lusa, num encontro com a imprensa estrangeira esta quinta-feira à noite. A Alemanha rejeita assim a proposta apresentada no dia anterior pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

«Quando se começa a discutir sobre o alargamento do fundo, numa altura em que nem sequer foram requeridos 10% do mesmo, só serve para aumentar a inquietação».

Para Schaeuble, só quando houver «muitos pedidos» de ajuda financeira é que há motivos para aumentar as verbas do fundo, que além das garantias bancárias de 440 mil milhões de euros dadas pelos países da Zona Euro conta com mais 60 mil milhões de euros da União Europeia e 250 mil milhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI), num total de 750 mil milhões de euros.

«Seria bom tornar claro», no entanto, que os 750 mil milhões de euros atribuídos em Maio ao fundo pelo Conselho Europeu e pelo FMI «estão mesmo disponíveis».

Tal significaria, na prática, que os membros da Zona Euro teriam mesmo de aumentar as suas garantias bancárias, dado que, como nem todos têm a taxa de rating mais alta (AAA), a parte correspondente ao EFSF é de cerca de 250 mil milhões de euros, e não de 440 mil milhões de euros, porque o resto do dinheiro tem de ser utilizado para garantir juros baixos nas emissões de dívida resultantes dos pedidos de ajuda.

Na opinião de vários especialistas citados pela imprensa alemã, esta poderia ser a fórmula encontrada por Berlim para ir ao encontro da proposta de Durão Barroso, que tem o apoio da maioria dos países que partilham a moeda única, sem que a chanceler Angela Merkel tenha de abdicar da sua posição oficial contra o aumento do fundo de resgate.

O matutino Financial Times Deutschland refere esta sexta-feira, na sua edição online, citando fontes em Berlim e Bruxelas, que o Governo alemão estaria disposto a «aprovar um aumento do EFSF, sob determinadas condições», sem referir, no entanto, quais.
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