Bancos arriscam perder 735 milhões com perdão da dívida grega

Perdoar metade da dívida à Grécia vai custar 735 milhões de euros ao BCP, BPI e Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Quer isto dizer que reestruturar a dívida grega pode sair caro a três dos maiores bancos portugueses.

Isto numa altura em que o sector financeiro está a braços com novas exigências de capital e com fortes perdas potenciais, se o investimento em dívida soberana passar a ser registado ao valor de mercado.

　

Assim, BCP, BPI e Caixa Geral de Depósitos (CGD) têm em carteira 1.470 milhões de euros em dívida grega.

Se o perdão da dívida helénica for de 50%, os três bancos vão ter um prejuízo directo de 735 milhões de euros. Em consequência, o banco BPI pode vir a ter prejuízos em 2011.

O presidente deste banco, Fernando Ulrich, veio ontem antecipar as «más notícias» que a cimeira desta quarta-feira trará para a banca, antecipando «políticas de crédito muito mais restritivas».

O banqueiro avisou ainda que «aumentos de capital não injectam um cêntimo na economia» e disse que não acredita «em varinhas mágicas» na resolução da maneira como a Europa a quer resolver. «Estamos condenados a viver aos trambolhões».