Bancos: planos de resgate não são seguro para novos riscos - TVI

Bancos: planos de resgate não são seguro para novos riscos

Dinheiro

Elena Salgado, ministra da Economia espanhola, defende que bancos devem participar nos fundos de resgate. Objectivo é criar uma nova regulação financeira

Os instrumentos que se venham a criar para salvar entidades financeiras europeias com problemas de solvência não devem ser considerados um seguro para que a banca assuma riscos. O aviso surge da ministra da Economia espanhola, Elena Salgado, que preside à reunião dos responsáveis europeus das Finanças (Ecofin).

Na conferência de imprensa final do encontro, Elena Salgado insistiu que a banca terá que contribuir também para os fundos de resgate (através de uma nova taxa) e que estes instrumentos não devem servir para as entidades financeiras tomarem riscos «com a convicção de que o Estado sairá ao seu resgate» em casos de problemas, escreve a Lusa.

Além disso, os fundos apenas complementarão o «compromisso principal» dos líderes europeus que continua a ser a reforma da regulação e supervisão financeira na UE.

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Durante a reunião dos ministros das Finanças, que acontece em Madrid, os princípios que vão guiar os fundos de resgate foram acordados. Entre eles, Elena Salgado destacou a necessidade de «reduzir o risco moral» e a importância de ter em conta a análise dos riscos sistémicos e de contágio de uma entidade financeira com problemas a outras.

Falta agora concretizar qual o formato e modelo exacto de financiamento desses fundos.

Trichet sublinha esforços dos PEC

O reforço da coordenação de políticas económicas, com o objectivo de identificar riscos com que se continuam a enfrentar os mercados, foi outro dos temas em cima da mesa do Ecofin.

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«Sublinhámos ainda a importância de deixar uma mensagem clara do compromisso de todos os Estados-membros sobre a importância da consolidação fiscal para evitar futuros problemas», disse Elena Salgado.

Já o governador do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, considerou «mais importante que nunca» assumir «o máximo nível de responsabilidade» na aplicação de medidas «precisas e concretas» para a consolidação fiscal nos próximos anos. Por isso Trichet, que falou na mesma conferência de imprensa, entende que deve ser dada a máxima atenção aos esforços contidos nos Programas de Estabilidade e Crescimento (PEC) aprovados pelos governos europeus.

Também, Olli Rehn, comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, se referiu aos PEC, notando que em alguns dos casos, e apesar dos programas respeitarem os objectivos-alvo em termos do défice, «falta alguma clarificação sobre medidas concretas de consolidação fiscal, a médio prazo, entre 2011-2013».
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