Banqueiros escrevem a Bruxelas contra Governo - TVI

Banqueiros escrevem a Bruxelas contra Governo

Banqueiros CGD, BES, BPI, BCP e Santander

Carta enviada a Olli Rehn comparam medidas do Executivo para a banca às nacionalizações de 1975

Notícia actualizada às 11h40 com confirmação da APB

É um braço-de-ferro agora mais do que evidente em relação às regras para os bancos acederem à linha de capitalização prevista no acordo com a troika. Os banqueiros portugueses escreveram à Comissão Europeia, apontando o dedo à política do Governo, acusando-o até de querer nacionalizar o sector, como aconteceu em 1975, na altura do PREC.

A carta tem a assinatura da Associação Portuguesa de Bancos e foi endereçada ao comissário europeu para os Assuntos económicos e Monetários, Olli Rehn. A APB já veio confirmar à Lusa a notícia avançada pelo «Diário Económico», mas não quis comentar o seu teor. O primeiro-ministro e o ministro das Finanças estarão a par de tudo, segundo o jornal.

Bruxelas já disse que vai analisar essa carta, mas lembrou que o principal interlocutor da troika é o Governo e não outros actores.

Os banqueiros estão contra a proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros na semana passada em relação ao acesso à linha de capitalização. Em primeiro lugar, as instituições tiveram apenas um dia para se pronunciarem sobre o diploma, antes de o Governo o aprovar. Depois, entendem que a política seguida pelo Executivo se assemelha às nacionalizações que foram postas em prática em 1975.

Na missiva, os banqueiros lembram a Bruxelas que as dificuldades por que a banca está a passar têm origem na crise da dívida soberana e sublinham ainda o esforço que as instituições que lideram estão a fazer para cumprirem os rácios de capital, fortalecendo-os pelos seus próprios meios.

Agora estão é contra os poderes que o Estado pretende assumir nos bancos e contra as condições exigidas às instituições que vão precisar do dinheiro da almofada de 12 mil milhões de euros disponibilizada pela troika.

Ainda na terça-feira o presidente do BES veio dizer que a recapitalização dos bancos é «incongruente».
Continue a ler esta notícia