China pede maior rigor orçamental à Europa

A China exortou este sábado a Europa a «aumentar» os esforços de rigor orçamental de forma a travar a crise da dívida pública europeia. O pedido foi feito durante uma reunião da instância política do Fundo Monetário Internacional, a decorrer em Washington.

«Medidas mais eficazes são necessárias para reduzir os riscos associados à dívida dos Estados», disse o vice-governador do Banco central chinês, Yi Gang, citado pela Lusa, diante do Comité Monetário e Financeiro do FMI.

«No momento actual, a crise da dívida pública europeia continua a ser grave». Os países em causa - e aqui o aviso é direccionado inevitavelmente a Portugal - «devem procurar um consenso político, aumentar os esforços para a consolidação orçamental e assumir mecanismos de cooperação intra-regionais mais eficazes, de forma a dissipar a desconfiança dos mercados».

Na mesma intervenção, a China recordou que o FMI recomendou aos principais países do mundo para tentarem alcançar uma dívida pública equivalente a 60% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030.

«Devem ser feitos esforços para alcançar este objetivo, de forma a restaurar a confiança dos mercados e reduzir a dificuldade e o custo do financiamento de Estados e de bancos».

Portugal será a única das economias periféricas da Zona Euro em recessão no próximo ano, apresentando também os défices correntes mais elevados, segundo as últimas previsões do FMI.

O ministro das Finanças português, Teixeira dos Santos, está também em Washington para participar na reunião do comité do FMI, à margem da qual irá manter encontros com alguns homólogos, incluindo o norte-americano.

Os encontros surgem no final da uma semana em que os técnicos do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu chegaram a Portugal depois de formalizado o pedido de ajuda externa.