Cimpor: Brasil impõe condições à Camargo Corrêa - TVI

Cimpor: Brasil impõe condições à Camargo Corrêa

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Reguladora da concorrência brasileira aprova com restrições aquisição da empresa portuguesa pela InterCement

O CADE, entidade da concorrência no Brasil, aprovou com restrições os dois processos de aquisição lançados sobre a Cimpor pela InterCement, detida pela brasileira Camargo Corrêa, feitos em 2010 e em março deste ano, com a Oferta Pública de Aquisição.

A reguladora reprovou, entretanto, as aquisições feitas pela também brasileira Votorantim sobre a cimenteira portuguesa.

Apesar de ter aprovado a oferta da Camargo Corrêa, a CADE impôs como condição que a InterCement faça investimentos em desenvolvimento de tecnologia, por meio de inovação e pesquisa, e que venda um grupo de ativos, os quais não foram detalhados pelo relator Alessandro Octaviani.

A InterCement possui hoje a maior parte dos ativos da Cimpor.

Já a compra feita pela Votorantim em 2010, quando elevou sua participação para 21,2 por cento, foi reprovada, após o relator considerar que haveria excessiva concentração nos mercados de cimento em regiões brasileiras nas quais a empresa já possui forte presença.

A reguladora decidiu que a Votorantim não faça uma nova permuta, mas venda a sua parte na Cimpor para novos atores. O prazo máximo para que isso aconteça não foi divulgado na sessão.

A troca de ações entre a Votorantim e a francesa Lafarge também foi negada pelo CADE.

Antes de a decisão da reguladora ser anunciada, a advogada da empresa havia defendido a aquisição de ativos da Cimpor como parte da sua estratégia de internacionalização.

O setor dos cimentos no Brasil, em forte expansão, tem sido alvo de suspeitas de formação de cartel. O relator deste caso junto ao CADE também é Alessandro Octaviani, o qual hoje afirmou que o mercado brasileiro é «altamente» concentrado e provoca uma ausência de concorrência entre as empresas.

No ano passado, seis empresas, entre elas a Cimpor, a Votorantim, a Camargo Corrêa e a suíça Holcim, foram acusadas pela Secretaria de Direito Económico (SDE) do Ministério da Justiça do Brasil de alegadamente terem concertado os preços praticados no mercado, além de dividirem os clientes de acordo com as suas áreas de atuação e interesse.

A InterCement, detida pela brasileira Camargo Corrêa, controla atualmente a maioria do capital da Cimpor, na sequência de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), anunciada no final de março.
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