Contas: «Há qualquer coisa que não bate certo» - TVI

Contas: «Há qualquer coisa que não bate certo»

Dados da execução orçamental não convencem o economista Cantiga Esteves. Já os socialistas estão orgulhosos

O economista Cantiga Esteves questiona a forma como o Governo divulgou os números da execução orçamental, em que há uma melhoria de cerca de 1.750 milhões de euros nas contas da administração central e segurança social e uma queda de 60% do défice do Estado.

Para o economista, estes dados não só não mostram a real situação económica e financeira de Portugal, como põem em causa da própria credibilidade do país. «Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Continua a pressão para se contratarem empréstimos quase semanalmente e o próprio ministro das Finanças disse que só havia dinheiro até Maio».

Também o economista João Duque, na reacção aos dados das contas públicas, foi peremptório: «É mentira», as «despesas estão todas camufladas».

PS e CIP optimistas

Já para o partido socialista, os números da execução orçamental são positivos e mostram que o Governo vai no bom caminho.

«São resultados particularmente importantes e positivos que reforçam a convicção de que somos capazes de atingir os objectivos a que nos tínhamos proposto este ano em matéria de consolidação orçamental», disse o porta-voz do PS, Fernando Medina.

O Presidente da CIP foi dos primeiros a reagir a estes dados. António Saraiva disse que eles são «boas notícias», sobretudo para quem agora nos observa: a troika FMI/UE/BCE que está em Portugal a analisar as contas públicas. As negociações da ajuda externa arrancam na segunda-feira.

PCP desvaloriza

O secretário-geral do PCP desvaloriza os dados conhecidos hoje.

Em declarações à agência Lusa à entrada para uma reunião com a CGTP, o líder dos comunistas frisou que os dados só são possíveis à custa de «menos investimento público, menos emprego, mais injustiças e mais cortes nos salários e nos apoios sociais».

«Ou seja, houve alguém que pagou a factura, particularmente aqueles que não tiveram nenhum responsabilidade na crise, deixando intocável os grandes interesses e os grandes lucros, que continuam a não contribuir para qualquer esforço de saída da crise», afirmou Jerónimo de Sousa.
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