CP ameaça com sanções a quem fizer greve - TVI

CP ameaça com sanções a quem fizer greve

Greve na CP

Sindicato fala em «intimidação» e «coacção sobre trabalhadores para lhes limitar direito à greve»

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A CP anunciou esta sexta-feira que os trabalhadores que recusarem o desempenho «completo» e «adequado» das suas tarefas em período de greve enfrentarão consequências «disciplinares e cíveis».

A CP argumenta que algumas das greves na empresa «têm vindo a ser convocadas e conduzidas de forma cirurgicamente selectiva, apenas com o objectivo de provocar os maiores danos à circulação dos comboios, através da recusa ao cumprimento de tarefas imprescindíveis à adequada prestação do serviço, apesar de não se considerarem em greve para a realização de outras», revela um comunicado citado pela Lusa.

No entender da transportadora ferroviária, trata-se de «uma forma de paralisação do trabalho imprópria, que retira à empresa o seu legítimo direito de direcção e que não tem acolhimento na lei da greve».

A CP já comunicou aos sindicatos que os trabalhadores que continuarem a aderir as estas greves podem vir a «incorrer em faltas injustificadas, com todas as consequências que daí poderão advir».

Algo que os sindicato dos ferroviários acusa ser uma «ameaça e intimidação». Para o coordenador do SNTSF, José Manuel Oliveira, esta é a «resposta de quem já não tem argumentos para responder aos sindicatos».

Na resposta à CP, ainda ontem, o sindicato afirmou que a comunicação empresa «apenas tem como finalidade uma grave coacção sobre os trabalhadores para lhes limitar o exercício do direito à greve» e garante que a paralisação «nem é selectiva, nem é ilegal».

O sindicato sustenta que «a greve pode afectar o comboio para que estão por escala escalados [os trabalhadores], mas não tem nada a ver com o trabalho de outros que têm os seus serviços normalmente distribuídos e que asseguram com toda a normalidade».

Mas a empresa alerta para as «consequências disciplinares e cíveis em que a partir de agora incorrerão todos os que persistirem em não acatar o desempenho completo e adequado das tarefas que lhes sejam distribuídas pelas suas chefias».

As populações têm sido «prejudicadas por surtos grevistas, que as privam de um transporte, que muitas vezes já pagaram ao comprar os passes, e para o qual todas contribuíram, em parte, através do pagamento dos seus impostos».

Note-se que desde 17 de Janeiro tem vindo a desenrolar-se uma greve às horas extraordinárias na empresa. E no dia 25 de Março os trabalhadores voltam a paralisar durante 24 horas.
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