A reunião de 2011 do Fórum Económico Mundial (WEF, em inglês) arranca esta quarta-feira e até ao próximo dia 30 de Janeiro na estância de inverno suíça de Davos. Vão estar juntos 2.500 líderes económicos e políticos para refletir sobre soluções para a crise de dívida na zona euro, para as guerras cambiais e para o intensificar das convulsões sociais. «Normas Partilhadas para uma Nova Realidade» é o tema do encontro.
«O sistema político e as instituições estão esgotadas pelas complexidades que enfrentam» disse recentemente, em conferência de imprensa, o presidente do WEF, o professor de economia Klaus Schwab, que fundou o fórum de Davos em 1971.
Estamos «demasiado ocupados a apagar fogos»
Com toda a gente «demasiado ocupada a apagar fogos» para fazer reflexões estratégicas, Schwab prometeu que Davos se vai dedicar a temas de longo prazo, como «o deslocar do poder económico e político do Norte para o Sul e do Ocidente para o Oriente», bem como as formas actuais de governação global, o aumento das revoltas sociais ou as desvalorizações competitivas entre os principais blocos económicos mundiais.
A presença da chanceler alemã Angela Merkel, do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, do presidente do Banco Central Alemão, Axel Weber e da ministra espanhol das Finanças, Elena Salgado, leva também os analistas a apostar que a crise de dívida da Zona Euro estará em debate.
Empresários preocupados com desemprego
Os 1.400 líderes empresariais presentes em Davos até estão optimistas, com os resultados das empresas e a economia dos Estados Unidos a melhorar. Também os países emergentes crescem a olhos vistos. O que vai preocupar gente como o fundador da Microsoft, Bill Gates, o milionário George Soros ou Jamie Dimon, presidente do banco JP Morgan Chase, são as questões globais como o desemprego e o fosso entre os mais ricos e os outros, que se traduz, muitas vezes, em raiva contra os grandes bónus dos banqueiros.
Um recente inquérito aos participantes de Davos demonstra que as «desigualdades sociais» é o tema que a elite da elite mundial mais quer debater, entre champanhe e uma ou outra descida numa das melhores pistas de ski do mundo.
«Davos não vai resolver nada. É impressionante como esquecemos rapidamente as lições que aprendemos na crise. E se a realidade não nos muda, porque é que Davos haveria de mudar alguma coisa?», disse à Lusa Jules Goddard, investigador da London Business School, um dos eleitos do WEF para participar no encontro.
Em Davos, nos dois últimos anos, no auge da crise, a companhia de patrões da banca e da indústria comprometia, ao ponto de, em 2009, estrelas internacionais como o cantor Bono ou os actores Brad Pitt e Angelina Jolie preferirem não por lá os pés.
Este ano, a poeira das estrelas volta a banhar banqueiros, políticos e empresários. O efeito bling-bling, entre joias e brindes de champanhe, está assegurado pelo tenor espanhol José Carreras, pelo actor americano Robert de Niro, para além da princesa norueguesa Mette-Marit e dos príncipes Matilde e Felipe, da Bélgica. Bono também voltou.
Crise da dívida europeia em debate no Fórum Económico Mundial
- Redação
- 26 jan 2011, 08:47
Líderes de todo o mundo procuram também soluções para guerras cambiais
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