Dívida: «Governo não está a fazer o seu trabalho» - TVI

Dívida: «Governo não está a fazer o seu trabalho»

Ministro das Finanças [Tiago Petinga/LUSA]

PSD acusa Executivo de não credibilizar Portugal perante mercados internacionais e de nada fazer para controlar despesa pública. PS diz que «há uma linha de orientação» para fazer face ao défice

O líder parlamentar do PSD acusou esta quinta-feira o Governo de falhar na credibilização de Portugal nos mercados internacionais. É «muito preocupante» que haja «dois milhões de euros por hora de endividamento no país», logo «no ano em que o Estado português é o país, de entre os quatro que estão com mais dificuldades financeiras na Europa, que menos fez, para não dizer que não fez nada, no controlo da sua despesa pública».

Miguel Macedo disse que «ao Governo competia e compete diminuir a despesa pública e, como está à vista de todos, o Governo não está a fazer o seu trabalho. Tem-se revelado incompetente e ausente num trabalho que era crucial para credibilizar o país nos mercados internacionais».

O PSD está disposto a colaborar sem «qualquer onda de alarmismo sobre esta matéria, mas não pode ignorar os sinais dos mercados internacionais e as crescentes dificuldades que o país e a banca têm tido para se financiarem e para financiarem depois as famílias e as empresas».

PS diz que «há uma linha de orientação»

Sobre a eventual necessidade de eventuais medidas de austeridade para fazer face ao défice, o líder da bancada parlamentar do PS disse apenas que os esforços já definidos «devem ser distribuídos da forma mais justa possível pela sociedade portuguesa».

Francisco Assis garantiu que «há uma linha de orientação, que tem vindo a ser seguida» e «é clara, com objectivos a que estamos comprometidos. Teremos que fazer todos os esforços necessários» para os alcançar.

Na reunião desta quinta-feira do grupo parlamentar foi discutida a necessidade de «o Parlamento reorganizar-se na sua função de acompanhamento do processo de elaboração e execução das políticas orçamentais», disse, referindo-se ao PEC, um documento apresentado em Bruxelas que influencia depois a elaboração do OE.

Quanto ao Orçamento do Estado para 2011, «não há nenhuma razão séria que impeça uma negociação parlamentar que permita garantir a aprovação do OE» que «vai no essencial reflectir e concretizar opções já consagradas no PEC».

PCP: mais medidas de austeridade só complicam

O secretário-geral do PCP considera que o eventual aprofundamento das medidas de austeridade para fazer face à crise só vai agravar os problemas do país. A solução passa sim, diz Jerónimo de Sousa, pela criação de «mais riqueza».

Por isso, deixou um apelo: «Não se fixem só na questão da despesa». «Faça-se o balanço da da aplicação das medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento. Veja-se a situação do país, para concluir que mais medidas no mesmo sentido só levam ao agravamento e não à resolução dos problemas», disse à agência Lusa, à margem de uma visita às instalações da Carris, em Lisboa.
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