EDP-R dá até 35% dos lucros aos acionistas em 2013

O presidente executivo da EDP Renováveis, Manso Neto, anunciou esta terça-feira que a empresa se compromete a pagar dividendos aos acionistas, pela primeira vez, em 2013. Serão distribuídos entre 25% e 35% dos lucros.

A EDPR espera obter 2,3 mil milhões de euros entre 2013 e 2015 para aplicar na remuneração acionista, na redução da dívida e no investimento em novos projetos que possam acrescentar ao plano de negócios apresentado hoje no Porto.

A EDPR tem como meta triplicar os seus resultados até 2015, com o EBITDA a situar-se entre 1,3 e 1,5 mil milhões de euros

António Mexia, presidente da EDP, disse no Dia do Investidor que a Renováveis terá «um robusto cash-flow entre 2012 e 2015» que permitirá «ser mais competitiva e ao mesmo tempo aumentar o valor para o acionista», cita a Lusa.

Segundo a apresentação aos investidores, a EDPR espera conseguir 3,8 mil milhões de euros provenientes das operações, 2 mil milhões de euros investimentos pelos chineses da Three Gorges e mais de um milhão através de project finance.

Este valor, no total de cerca de 6,8 mil milhões serão transformados em 3,2 mil milhões de euros para investimento, 1,5 mil milhões para abatimento da dívida, libertando 2,3 mil milhões para a remuneração ao acionista, pagamento de dívida e ainda investimento em novos projetos.

António Mexia adiantou ainda que EDP Renováveis vai assentar o seu crescimento até 2015 em três países - Polónia, Roménia e Brasil - e continuar a expandir a sua atividade nos Estados Unidos.

Até ao momento, a EDPR já investiu 10,7 mil milhões de euros em projetos em todo o mundo.

O presidente da EDP fez questão de frisar que a Renováveis irá apostar até 2015 em projetos de «baixo risco», uma mudança de estratégia adequada aos novos tempos.

A execução de novos projetos será feita, segundo Mexia,

«de forma a conseguir um portfolio mais rico até 2015».

Assim, a EDPR prevê chegar a 2015 com uma capacidade de 9,8 gigawatts, mais 30% do que atualmente, e com um objetivo de ter um EBITDA (lucros antes de impostos e amortizações) anual entre 1,3 e 1,5 mil milhões de euros quando em 2011 foi de 800 milhões de euros.

O presidente da EDP adiantou que o crescimento da Renováveis nos próximos três anos «será baseado numa estratégia de auto-financiamento» através das operações existentes, rotação de ativos e financiamento de projetos.

Quanto à energia solar, a empresa vai intensificar os seus projetos nos próximos três anos, aproveitando a tecnologia dos seus novos acionistas chineses.

Manso Neto adiantou que a aposta na energia fotovoltaica terá também a ver com «a rápida melhoria da tecnologia» nos últimos anos bem como com o seu custo por megawatt.

A empresa investirá cerca de 70 a 80 milhões de euros até 2015.

Relativamente à energia eólica a partir do mar, terá «uma aproximação conservadora», evitando o risco de ser uma empresa que entre no mercado com alto risco.

Atualmente, a empresa tem dois projetos em desenvolvimento no Reino Unido.