Empresas de Taiwan de olho na TAP - TVI

Empresas de Taiwan de olho na TAP

Fernando Pinto, TAP

Privatizações em Portugal suscitam interesse lá fora

As empresas de Taiwan têm interesse em participar na privatização de várias empresas portuguesas, num processo de aproximação comercial entre Portugal e Taipé. A TAP é uma das companhia que suscita uma oportunidade de negócio para Taiwan.

Em entrevista à agência Lusa, o representante taiwanês em Lisboa explicou que a necessidade da expansão das empresas de Taiwan as leva a olhar para Portugal - e para as empresas portuguesas a privatizar - como um destino natural, mas que é preciso que os investidores taiwaneses saibam das oportunidades na economia portuguesa.

«As empresas de Taiwan têm de fazer frente à concorrência internacional, de empresas de outros países. Por isso têm de melhorar a sua capacidade competitiva. Com esse pensamento, se têm lucros, se têm rendimentos, com certeza que querem participar na privatização da TAP e de outras empresas estatais, mas o Governo [português] tem de fornecer informações», disse Diego Lin Chou, o chefe do Centro Económico e Cultural de Taiwan em Portugal.

«Se Portugal tem projectos de privatização, com certeza que têm interesse. Mas há que fazer promoção. Por exemplo, se a TAP me fornecer informação, eu tenho todo o prazer em as enviar, através de canal oficial, ao nosso governo, ou também a empresas».

Taiwan pode comprar dívida portuguesa?

O responsável destacou ainda as biotecnologias, as energias renováveis ou as novas tecnologias de informação como os principais sectores potenciais de investimento de empresas taiwanesas em Portugal.

O país estabeleceu em 1979 relações diplomáticas com a República Popular da China, não reconhece Taiwan - que Pequim considera como uma província separatista - e não tem por isso relações diplomáticas ou económicas com a administração taiwanesa, algo que Diego Lin Chou gostaria de ver mudar, pelo menos na vertente comercial.

O responsável admitiu mesmo que Taiwan poderia comprar dívida pública portuguesa, caso o executivo taiwanês conhecesse melhor as circunstâncias portuguesas.

«Se o nosso governo tivesse mais contactos, relações mais estreitas com Portugal, isso ajudaria muito a melhorar a vontade de estudar com mais interesse e seriedade a possibilidade de comprar dívida».

O salto para Taiwan

O representante de Taiwan prometeu ainda andar por todos os distritos portugueses para se reunir com dirigentes empresariais e para apresentar aos empresários oportunidades de negócio em Taiwan, fornecer informações comerciais e de oportunidades de exportação.

«Portugal tem coisas muito boas para exportar a Taiwan e condições muito boas para atrair investimentos taiwanês, e Taiwan tem capacidade de fazer investimento».

«Temos, por exemplo, interesse em desenvolver o carro eléctrico. Em Taiwan temos que importar 99% do nosso petróleo». Daí que o carro eléctrico seja, para além de uma tendência, «uma preocupação do nosso Governo».

Quanto a outros setores exportadores que podem singrar no mercado de Taiwan, Diego Lin Chou apontou as pedras ornamentais, o vinho português («ainda desconhecido no mercado taiwanês»), o calçado ou os móveis.
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