EP: presidente diz que défice de 95 milhões é «normal» - TVI

EP: presidente diz que défice de 95 milhões é «normal»

Almerindo Marques, presidente do Conselho de Administração da RTP. na Assembleia da República

«Buraco financeiro revela bandalheira e na empresa onde eu estiver não há bandalheira», disse Almerindo Marques

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O presidente da Estradas de Portugal (EP), Almerindo Marques, disse este sábado que o défice de 95 milhões de euros da empresa é «normal» e garantiu a inexistência de problemas em relação aos pagamentos planeados para as SCUT.

«O valor do défice não preocupa a Estradas de Portugal. É um défice normal atendendo à dimensão e à fase de desenvolvimento do projecto da EP», disse Almerindo Marques, em declarações aos jornalistas na sede da empresa.

Estradas de Portugal sem dinheiro para SCUT

A SIC noticiou sexta-feira que a EP está a ficar sem dinheiro para pagar todos os compromissos assumidos com as SCUT, citando uma carta na qual a empresa pública pede ajuda aos Ministérios das Finanças e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Até Setembro, a Estradas de Portugal tem de pagar mais de 2.000 milhões de euros, mas ainda há poucos dias contabilizou um défice de tesouraria de, pelo menos, 95 milhões de euros.

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O presidente do Conselho de Administração explicou que esta carta é de «mera rotina» e que a mesma é enviada «periodicamente» aos accionistas e àqueles dois ministérios, que tutelam a empresa.

«Ministério das Finanças deve 220 milhões à EP»

«A situação financeira da empresa descrita na carta é coincidente com outras descrições similares. A empresa está numa fase de investimento grande e como é normal, em qualquer empresa pública ou privada, não tem condições de auto-financiamento, e, por conseguinte, vai recorrer ao crédito», disse Almerindo Marques, citado pela Lusa.

Nobre aconselha rigor na gestão de empresas públicas

O responsável adiantou ainda que a EP está actualmente numa «discussão jurídica» com o Ministério das Finanças, tendo em vista a devolução de cerca de 220 milhões de euros de IVA.

«Se nos for devolvido o valor já pago é evidente que não tínhamos défice e reajustávamos os volumes de crédito», explicou.

No entanto, prosseguiu, se isso não acontecer até Setembro, já estão aprovados por bancos dois créditos no valor de 75 milhões de euros.

«Não temos nenhum problema em relação aos pagamentos que já estão planeados», assegurou o responsável.

Almerindo Marques disponível para ir ao Parlamento

Questionado se considera inocente a divulgação daquela carta numa altura em que PS e PSD estão a negociar a introdução de portagens nas SCUT, Almerindo Marques responde: «Naturalmente que não».

Já quanto ao requerimento do PSD para que Almerindo Marques vá ao Parlamento explicar a situação financeira da EP, o presidente da empresa manifestou-se disponível para explicar «coisas tão elementares e tão simples», rejeitando a ideia da existência de um buraco financeiro na empresa.

«Buraco financeiro revela bandalheira e na empresa onde eu estiver não há bandalheira», referiu.
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