Espanha não espera por fundos europeus e injeta capital no Bankia - TVI

Espanha não espera por fundos europeus e injeta capital no Bankia

Bankia (foto Reuters)

Dados os resultados fortemente negativos do primeiro semestre

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O Estado espanhol confirmou esta sexta-feira que vai realizar uma injeção de capital imediata no Bankia, sem esperar pelos fundos europeus, perante os resultados fortemente negativos da entidade no primeiro semestre do ano.

Aquela entidade registou perdas de 4.448 milhões de euros no primeiro semestre do ano, tendo o Banco Financiero y de Ahorros (BFA), holding da Bankia, acumulado perdas de 2.807 milhões de euros, segundo dados remetidos ao regulador.

A empresa, atualmente controlada em 100% pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) atribui as perdas às dotações e provisões realizadas, que ascenderam a 7.500 milhões de euros (na Bankia) e alcançaram os 8.700 milhões de euros (BFA) no primeiro semestre.

Os resultados do BFA registam ainda um impacto de 6.908 milhões de euros correspondentes a perdas pelo deteriorar dos ativos financeiros.

Os dados hoje revelados confirmam também que a crise de confiança em torno da nacionalização da Bankia levou a que registasse uma intensa fuga de depósitos, que até ao final de julho chegaram aos 6.921 milhões de euros.

Só em contas correntes e de poupança, a Bankia perdeu 3.268 milhões de euros e em depósitos à vista um total de 6.388 milhões de euros.

Em comunicado emitido hoje à tarde, em reação aos resultados, o FROB anuncia que prevê injetar capital, de forma imediata, na Bankia, antecipando a chegada a Espanha do apoio da Europa para a recapitalização da banca.

Recorde-se que a Bankia, nacionalizada em maio, pediu uma ajuda pública total de 24 mil milhões de euros, dos quais ainda tem a receber do Estado 19 mil milhões de euros.

O Governo espanhol descartou para já solicitar qualquer antecipação de 30 mil milhões de euros dos fundos europeus para a banca, utilizando por isso o dinheiro já disponível no FROB para injetar no Bankia.

O FROB conta atualmente com um património liquido de 4.139 milhões de euros, depois de assumir as perdas ocasionadas pelo saneamento financeiro nos últimos anos e a ampliação de capital de 6.000 milhões de euros realizada em fevereiro.

No seu comunicado, o FROB considera que as autoridades espanholas e os gestores da Bankia estão «firmemente comprometidos em que o plano de reestruturação do grupo esteja finalizado até novembro», podendo «assim tornar-se efetiva a injeção de capital que se considere adequada», cita a Lusa.

Até lá, e para «fortalecer a posição de capital regulatório do grupo», o FROB injetará capital no grupo BFA/Bankia «com cariz imediato».

Na nota, o FROB não revela a quantidade de fundos a injetar.
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