Fitch corta rating de Portugal em dois níveis - TVI

Fitch corta rating de Portugal em dois níveis

Agência reage à demissão do Governo com descida da nossa classificação

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A agência de notação financeira Fitch cortou esta quinta-feira a classificação da dívida pública portuguesa em dois níveis e diz mesmo que o país deverá precisar de ajuda financeira até Junho.

O corte de rating de Portugal, de A+ para A-, surge um dia depois de o primeiro-ministro ter pedido a demissão ao Presidente da República, na sequência do chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) em Assembleia da República.

Ao mesmo tempo, refere a agência, «ainda há hipótese de Portugal não precisar de um resgate financeiro, e que se aguente pelos seus próprios pés, mas nós vemos agora como muito mais provável que irão necessitar de um resgate nos próximos meses, certamente até Junho», afirmou à Lusa Douglas Renwick.

A agência invoca, para a descida da nota, as dificuldades na implementação de medidas e de financiamento após os desenvolvimentos das últimas 24 horas.

Além do corte, a agência mantém a nossa dívida sob Outlook negativo, o que não afasta novas descidas nos próximos meses.

No documento emitido esta quinta-feira a Fitch assume como garantido que Portugal continuará a ter acesso a financiamento nos mercados, o que aumenta exponencialmente a probabilidade de o pais vir a precisar de ajuda externa. Para a agência, enquanto o resgate não acontecer, Portugal enfrenta o risco de a classificação da sua dívida se reduzir ainda mais.

Ainda há dois dias, a agência afirmara à Lusa que a contenda entre PS e PSD não colocava em risco a nota da dívida portuguesa por não constituir ameaça imediata ao cumprimento da meta de défice para 2011, que é de 4,6% do PIB.

Dizia a Fitch que Portugal já adoptou um orçamento de austeridade para 2011, por isso as disputas políticas não constituem um risco imediato para a meta do défice para este ano.

«O nosso rating para Portugal já é negativo, reflectindo as nossas preocupações sobre a redução do défice e o acesso ao mercado», disse o director da Fitch Ratings, Douglas Renwick.

O Governo veio já dizer que já tinha avisado que isto podia acontecer, mas o PSD acredita que o nosso voltará a subir com as medidas que o partido aplicará quando chegar ao Governo.

O PSD afastou já o corte de salários e pensões e qualquer aumento dos impostos sobre o rendimento (IRC e IRS) mas admite subir impostos sobre o consumo (IVA, tabaco, combustíveis e álcool).
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