Fusão entre Volkswagen e Porsche adiada por quatro anos

A fusão entre a Volkswagen e a Porsche será adiada por quatro anos, devido a pedidos de indemnização em tribunais e «à necessidade de esclarecer questões jurídicas e fiscais», foi anunciado esta terça-feira.

Nos EUA, corre um processo de um fundo de investimento que exige uma indemnização de milhares de milhões de euros à Porsche, e acusa a marca alemã de ter prestado falsas informações ao mercado e de ter manipulado preços.

Na Alemanha, o ministério público de Estugarda também abriu um inquérito contra a Porsche, por suspeita de esta ter dado falsas informações a investidores, quando decidiu juntar-se à Volkswagen.

Por estas razões, a desejada fusão, agendada para 2011, «poderá atrasar-se», admitiu, em comunicado citado pela Lusa, o presidente executivo da Volkswagen e da Holding da Porsche, Martin Winterkorn.

O director financeiro da Porsche, Hans Dieter Poetsch, precisou, entretanto, que a fusão só deverá concretizar-se a 31 de Janeiro de 2015.

«O motivo prende-se com o facto de as peritagens jurídicas e fiscais da transacção, que é muito complexa, ainda não estarem concluídas», acrescentou o mesmo responsável.

Acções: sobe e desce na bolsa

A notícia tinha, entretanto, feito cair em quase cinco por cinco as acções da Porsche na Bolsa de Valores de Frankfurt, enquanto as acções da Volkswagen registavam uma ligeira subida.

A fusão das duas marcas «contínua, no entanto, a ser o objectivo declarado», garantiu Winterkorn.

Para tal, no entanto, poderá ser necessário que a Volkswagen adquira mais acções da Porsche, segundo a imprensa especializada.

Actualmente, a Porsche detém quase 51 por cento do capital da Volkswagen, que, por seu turno, possui 49,9 por cento das acções da marca de Estugarda.

Depois de uma batalha entre as duas marcas para determinar quem iria adquirir quem, em 2009, no auge da crise económica, a Volkswagen venceu, impondo a integração da Porsche entre as marcas do grupo.

Antes da fusão, porém, a Porsche, altamente endividada, tem de aumentar o seu capital, para cumprir os compromissos assumidos com a banca.

A «injecção» de capital deverá rondar os cinco mil milhões de euros, e ser levada a cabo pelos accionistas tradicionais e preferenciais, na primeira metade de 2011.