«Governo está a vender ao desbarato activos do Estado» - TVI

«Governo está a vender ao desbarato activos do Estado»

Caso BPN

Vice-presidente do PSD critica «desnorte» quanto às participações na Galp e EDP. E acusa Executivo de ter investido no BPN quatro mil milhões de euros

O vice-presidente do PSD Diogo Leite de Campos acusou esta quinta-feira o Governo de falta de um plano estratégico quanto às privatizações, afirmando que o Estado está a vender «ao desbarato» as participações nacionais em empresas.

Em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa, o dirigente social-democrata questionou a oportunidade das privatizações do BPN, EDP e Galp, decididas esta manhã em Conselho de Ministros, exigindo esclarecimentos do Governo sobre «as contas que ele deve (dar) aos portugueses sobre o (seu) dinheiro».

Quanto ao negócio do BPN, Diogo Leite de Campos levantou várias dúvidas: «Porquê 180 milhões de euros e não 1800 milhões de euros ou 18 milhões de euros?», perguntou, defendendo que «quando alguém está a gerir os dinheiros de outrem, e neste caso é o Governo que está a gerir os dinheiros dos portugueses, deve-lhes completa e total explicação, que não foi dada».

O vice-presidente do PSD afirmou que o Governo terá investido neste banco quatro mil milhões de euros - apesar de «nunca ter explicado qual foi o investimento» - o que configura «o maior investimento de sempre em Portugal, equivalente ao aeroporto de Lisboa, o que não é uma quantia que possa passar despercebida aos portugueses».

Por outro lado, os sociais-democratas consideram «desajustado misturar a privatização do BPN com a privatização das participações dos portugueses na Galp e na EDP, porque são necessariamente intuitos diferentes, maneiras de vender diferentes, aceitação dos mercados diferente».

Para Leite de Campos, «o Governo não tem plano estratégico, não sabe fazer as coisas e está a misturar tudo, da pior maneira para os portugueses».

Participações na EDP e Galp são estratégicas?

«Se a participação numa sociedade estrangeira era estratégica (a da PT na Vivo), será que a participação dos portugueses na EDP, na Galp, não são mais estratégicas?

Mais uma vez aqui, o governo revela o desnorte. Promete uma coisa, diz uma coisa, muda de ideias, faz outra».

Para o PSD, «este Governo está a vender ao desbarato os activos do Estado, por impulso do momento, com espírito liquidador de massa falida, sem saber porquê, nem como, sem plano estratégico, sem saber se esta é a boa altura, se não é».

O vice-presidente lembrou que o Estado «tem centenas de participações em diversas empresas», perguntando por que motivo o Governo não optou por «começar por essas, em vez de ter começado pela EDP e Galp».
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