Monteiro de Barros: «Tenho por hábito nunca abandonar o navio» - TVI

Monteiro de Barros: «Tenho por hábito nunca abandonar o navio»

Petróleo

Patrick Monteiro de Barros disse que não abandonará a empresa Petroplus enquanto for possível recuperá-la

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O chairman da Petroplus, Patrick Monteiro de Barros, disse esta quarta-feira que não abandonará a empresa enquanto for possível recuperá-la, apesar de esta ter declarado insolvência e ter pedido protecção de credores.

O empresário, que falava aos jornalistas no final da conferência do American Club em Lisboa, afirmou ter «por hábito nunca abandonar o navio», acrescentando que não é «como aquele senhor do Costa Concordia que quatro horas antes já estava na lancha».

Patrick Monteiro de Barros frisou que irá fazer «os impossíveis para tentar continuar a operar, só que os bancos optaram por uma estratégia que nos obrigou a declarar o chapter eleven (Insolvência e protecção dos credores), adiantando que a empresa tinha fechado «este fim de semana um acordo com um grande produtor de petróleo para o abastecimento», não compreendendo a atitude dos bancos a não ser que «eles próprios estejam com falta de liquidez».

A declaração de insolvência da Petroplus, que detém cinco refinarias na Europa e cerca de 3 mil postos de trabalho, é para Patrick Monteiro de Barros «uma situação extremamente grave», até porque a empresa tinha «um projecto», reflectindo «a situação catastrófica em que está a refinação na Europa».

O presidente não executivo da empresa com sede na Suíça atribui o possível fim da Petroplus aos bancos europeus, que «estão com dificuldade enorme em financiar em dólares», uma vez que seriam necessários cerca de 2 mil milhões de dólares para continuar em actividade.

«Há quase um ano que estamos a trabalhar com margens negativas ou muito pequenas. A procura baixou, as exportações para os Estados Unidos basicamente desapareceram e o crude continua a subir», refere o empresário, traçando assim um cenário de difícil sobrevivência.

Patrick Monteiro de Barros adianta que cada vez que o preço do petróleo aumenta «prejudica a Petroplus» e chega-se a um ponto em que «a crise económica, uma crise na refinação dos petróleos e uma crise financeira porque os bancos não têm dinheiro», fica insustentável manter a empresa.

Além da crise económica, o presidente da Petroplus observa que «o crude subiu artificialmente. É muito bonito fazer guerra na Líbia, mas isso provocou à Petroplus um aumento médio do nosso barril na ordem dos 12 dólares e tivemos que ir buscar o crude à Nigéria, que é muito mais longe».
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