Moody's: bancos espanhóis no «lixo» após corte de rating - TVI

Moody's: bancos espanhóis no «lixo» após corte de rating

Moody`s - EPA/ANDREW GOMBERT

Agência desceu «rating» a 28 bancos espanhóis. Corte foi entre um e quatro níveis

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A agência de notação Moody's deixou na última noite praticamente todo o setor bancário espanhol, à exceção de seis bancos, em níveis de lixo, depois de uma redução massiva dos «ratings», entre um e quatro níveis ao setor espanhol.

Depois da descida, apenas o Banco Santander permanece com um nível acima do «rating» da dívida soberana espanhola (atualmente de Baa3), tendo ainda assim perdido dois níveis (de A3 para Baa2).

Os outros cinco bancos ainda acima do nível de lixo estão, no entanto, com a mesma nota de Espanha (Baa3), ainda assim a apenas um nível do escalão considerado «lixo».

O BBVA e o CaixaBank foram, entre os grandes, os mais penalizados, tendo perdido três níveis, de A3 para Baa3, enquanto a Caja Rural de Navarra e a Banca March perderam dois níveis, de Baa1 para Baa3. A Caja Laboral perdeu um nível, de Baa2 para Baa3, escreve a Lusa.

À exceção deste grupo de bancos, todos os outros avaliados pela Moody's ficaram no nível de «lixo», sendo de destacar a perda de quatro níveis em vários bancos, nomeadamente o Popular, Bankoa e Unicaja (A3 para Ba1), a Ibercaja (Baa1 para Ba2) e o Banco Ceiss (de Baa3 para B1).

Com descidas de três níveis ficaram o Banco Cooperativo Espanhol, Banco Sabadell e Kutxabank (Baa1 para Ba1), o Catalunya Banc e o NCG Banco (de Ba1 para B1) e o Banco de Valência (Ba2 para B3).

As descidas de dois níveis afetaram o Bankinter (Baa2 para Ba1), a Caja Rural de Granada e o Bankia (Baa3 para Ba2), a Cajamar Caja Rural (Ba2 para Ba3), a Ahorro Corporacion Financiera (Ba1 para Ba3) e o Dexia Sabadell (de Ba3 para B2).

O Liberbank perdeu um nível, de Ba1 para Ba2, enquanto o Banco Pastor e o Banco Cam mantiveram o nível de «lixo» que tinham (Ba1), com a Lico Leasing a manter também o seu nível de «lixo» de Ba3.

O comunicado com a decisão da Moody's só foi divulgado ao final da noite, hora local de Madrid, depois do fecho de Wall Street, mas notícias avançadas por fontes do próprio setor bancário, ontem, já deixavam antever o que alguma imprensa diz ser «um golpe histórico» à banca espanhola.

Em parte por essa previsão de descida dos «ratings», o principal indicador da bolsa espanhola, o Ibex 35, fechou a negociação com a sua segunda maior descida do ano.

Para justificar a sua decisão, a Moody's explica que as descidas ocorreram depois do «rating» de Espanha ter sido deixado, há duas semanas, a um nível de «lixo» (Baa3), refletindo a descida na avaliação das capacidades de crédito dos bancos.

Na sua análise, a Moody's refere-se à situação da dívida soberana espanhola que «não só afeta a capacidade do Governo de apoiar os bancos, mas pesa nos perfis de crédito dos próprios bancos».

Levou ainda à descida a «expectativa de que a exposição dos bancos ao setor imobiliário levará a perdas mais elevadas, o que poderá aumentar a possibilidade de que estes bancos necessitem de apoio externo».

Apesar disso, a Moody's considera positivas as medidas de reforma do sistema financeiro implementadas pelo Governo espanhol e explica que analisará o processo de recapitalização do setor quando seja conhecido o valor total, o calendário e a forma dos fundos da assistência europeia pedida ontem por Espanha.
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