Nova linha de crédito de 275 milhões: exportadoras têm pressa

O primeiro-ministro, que está esta terça-feira no Congresso das Exportações, em Santa Maria da Feira, deverá anunciar uma nova linha de crédito de 275 milhões de euros para as empresas exportadoras. O sector agradece, mas pede urgência.

O presidente executivo da Unicer, António Pires de Lima, disse à Lusa que o novo apoio do Governo é uma boa notícia, se ficar rapidamente ao dispor das Pequenas e Médias Empresas (PME).

«Vamos ver o que é que esta linha de crédito corresponde em termos práticos», disse o gestor, acrescentando que «se estiver rapidamente ao dispor das PME, pode ser uma boa notícia, mas não é a primeira vez que esta medida é anunciada».

«Precisamos de um grande esforço público, que tem sido feito», admitiu, ressalvando, no entanto, que «nada é suficiente» já que faltam duas coisas: «medidas tanto em relação ao crédito como ao seguro de crédito sobretudo em relação às exportações de bens transaccionáveis», defendeu António Pires de Lima.

AIP: o mais importante é diversificar

Já o presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), que também está satisfeito com o novo apoio às empresas exportadoras, considera que o fundamental é dar condições para diversificar as exportações.

«O que nós queremos, fundamentalmente, é ter condições para diversificar as exportações», afirmou Rocha de Matos à Lusa.

«Há necessidade de apoiar financeiramente algumas empresas, bonificando créditos, fazendo uma discriminação positiva para aqueles que arriscam o aumento das exportações», defendeu o presidente da AIP, admitindo que «grão a grão enche a galinha o papo».

Apesar disso, Rocha de Matos ressalvou que o apoio não é suficiente. «Se não fizermos acções de reordenamento empresarial de concentração de algumas empresas vamos ter dificuldade em manter este ritmo», disse.

CIP: apoios desgarrados não servem de muito

Do mesmo modo, também o presidente da Confederação Empresarial Portuguesa (CIP) disse à Lusa que o objectivo do Governo, de dar um novo apoio de 275 milhões de euros às exportadoras, é bem vindo desde que seja consolidado.

«Todos os passos são bem vindos desde que se consolidem», afirmou António Saraiva, acrescentando que esses apoios «se isolados ou desgarrados não servem de muito».